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Atrasos no vale-alimentação de servidores de São Marcos geram reclamações e prejuízos ao comércio local

Atrasos nos repasses da empresa Face Card, que gerencia o vale-alimentação, deixa os servidores sem poder usar o benefício de R$ 600 e afeta o comércio local. Empresa venceu licitação e opera desde jneiro desse ano.

Atualizado em 12/08/2025 às 11:08, por Angelo Batecini.

Atrasos no vale-alimentação de servidores de São Marcos geram reclamações e prejuízos ao comércio local

Mão de segurança cartão de vale-alimentação, representando o benefício utilizado por servidores para compras em estabelecimentos credenciados.

O vale-alimentação de aproximadamente R$ 600 mensais recebido por mais de 600 servidores públicos municipais de São Marcos está no centro de uma situação envolvendo sindicato, prefeitura e empresa licitada. O benefício, que além de auxiliar no orçamento das famílias movimenta boa parte do comércio local, enfrenta problemas desde janeiro, quando a empresa Face Card assumiu a gestão do serviço após vencer licitação, substituindo a antiga administradora, Refeisul.

Restaurantes, supermercados e outros estabelecimentos conveniados têm recusado o cartão em função de atrasos nos repasses por parte da Face Card, que chegam a acumular meses. A situação causa constrangimento aos servidores e prejuízo aos comerciantes, que deixam de receber valores já comprometidos no fluxo de caixa.

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O Sindicato dos Servidores Municipais de São Marcos (Sindiser) formalizou a insatisfação por meio do ofício nº 26/2025, encaminhado ao prefeito Volmir Nazareno Rech no dia 5 de agosto. O documento, assinado pelo presidente Vanderlei Bresolin e pelo secretário-geral Marcos Juarez Biasuz, solicita a troca da empresa, relatando “constantes reclamações” de funcionários que não conseguem utilizar o benefício e de comerciantes que enfrentam dificuldades para receber os pagamentos.

Prefeitura confirma problemas e pode rescindir contrato

Em resposta (ofício nº 211/2025), a Prefeitura explicou que o contrato com a Face Card foi assinado em novembro de 2024, na gestão anterior, e começou a valer em 1º de janeiro deste ano. Já nos primeiros meses, comerciantes reclamaram de pendências financeiras e de falhas no cadastramento e operação das máquinas, o que impossibilitava a aceitação do cartão.

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A administração informou que cobrou soluções diretamente da empresa, incluindo a vinda de um representante a São Marcos em maio, quando houve uma melhora temporária no atendimento. Com a volta dos problemas, o município enviou novas notificações e instaurou processo administrativo que poderá levar à aplicação de penalidades e até à rescisão do contrato.

Paralelamente, a Prefeitura afirma já estar preparando a contratação emergencial, inicialmente por três meses, podendo ser prorrogada por igual período, para garantir que os servidores continuem recebendo e utilizando o vale-alimentação sem prejuízos.

Sindicato diz que já previa dificuldades

Segundo Vanderlei Bresolin, o Sindiser acompanhou o processo desde que o Tribunal de Contas apontou a necessidade de licitação para a escolha da empresa responsável pelo benefício. O sindicato já havia identificado relatos de problemas com a Face Card em outros municípios, mas a empresa apresentou toda a documentação exigida e venceu o certame.

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— Desde o início do contrato, sempre mantivemos diálogo com a administração, que demonstrou boa vontade em tentar resolver. Formalizamos o pedido agora para reforçar a urgência, mas o sindicato não tem poder para agir contra a empresa, já que ela foi contratada dentro da lei — ressaltou Bresolin.

Impacto direto na economia

Com um valor mensal de cerca de R$ 600 por servidor, o vale-alimentação injeta aproximadamente R$ 360 mil por mês na economia de São Marcos, grande parte destinada a mercados, padarias e restaurantes locais. O atraso nos repasses não apenas prejudica os servidores, mas também compromete o fluxo de caixa e o faturamento de estabelecimentos que dependem desse consumo regular.

A expectativa é que a solução, seja por meio da regularização do contrato ou pela contratação emergencial, ocorra o mais rápido possível, devolvendo a normalidade ao uso do benefício e evitando novos prejuízos para trabalhadores e comerciantes.