O aguardado Aeroporto Regional da Serra Gaúcha, que será construído no distrito de Vila Oliva, em Caxias do Sul, deu um passo decisivo em direção à realidade nesta semana. Com mais de R$ 146 milhões garantidos pelo Governo Federal, o edital de licitação foi publicado nos dias 17 e 18 de dezembro, abrindo oficialmente o processo para contratação da empresa que executará a obra. As propostas poderão ser apresentadas até 24 de fevereiro de 2026, conforme os prazos definidos no documento.

Um projeto estratégico para a Serra e São Marcos

A região serrana, que já é um dos principais polos turísticos e econômicos do Rio Grande do Sul, avança agora com um projeto que promete reforçar sua conectividade aérea. O novo aeroporto surge como resposta à crescente demanda de passageiros e cargas, integrando melhor a Serra ao restante do país e trazendo benefícios diretos a cidades como Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Gramado, Canela, Farroupilha, Garibaldi, Flores da Cunha e também São Marcos.

Localizado no distrito de Vila Oliva, o aeroporto está a cerca de 39 km do centro de Caxias do Sul e sua pista principal prevista terá cerca de 1.930 metros, com capacidade para aeronaves comerciais de médio porte, um salto em comparação com as limitações do atual aeroporto regional, o Hugo Cantergiani.

São Marcos, que fica aproximadamente 37 a 40 km de Caxias do Sul, se beneficia diretamente desse novo modal de transporte, especialmente pelo impacto positivo no turismo, no escoamento de cargas e na atração de investimentos.

Por que o aeroporto é importante

Especialistas e autoridades destacam que o aeroporto vem para fortalecer a aviação regional, reduzir distâncias logísticas e consolidar a Serra Gaúcha como destino nacional e internacional. Entre os principais pontos:

Melhor acesso ao turismo: com o novo aeroporto, destinos turísticos da Serra, como Gramado e Canela, que nesta temporada esperam milhões de visitantes, terão acesso mais direto, reduzindo tempos de viagem e descongestionando vias rodoviárias usadas atualmente pelos visitantes vindos de outras regiões do país.

Impulso ao setor produtivo: além do turismo, a Serra tem uma economia diversificada, com forte presença industrial, vinícola e de serviços. A chegada de um aeroporto com infraestrutura de carga permitirá melhor escoamento de produtos e maior competitividade regional.

Geração de empregos e renda: além dos empregos diretos na construção (previstos ao longo dos próximos anos), o terminal poderá estimular novos negócios nas áreas de logística, hotelaria, eventos e serviços relacionados à aviação.

Desenvolvimento para São Marcos: por sua proximidade com o eixo Caxias, São Marcos, os moradores e empresários locais ganharão uma nova porta de entrada aérea à região, reduzindo a dependência de aeroportos mais distantes e potencializando o turismo local e o fluxo de visitantes de negócios e eventos.

Infraestrutura e integração viária

A obra inclui pista de pouso e decolagem, pátio de aeronaves com várias posições, áreas de taxiamento, sistema de drenagem e estacionamento. O prazo estimado para conclusão das obras é de cerca de 36 meses após a contratação, o que coloca a previsão de operação em meados de 2028/2029.

Para que o aeroporto atue plenamente como hub regional, também são estudados melhoramentos na malha viária de acesso, incluindo trechos estratégicos que conectam Vila Oliva à Rota do Sol e outras rodovias da Serra, facilitando o fluxo de passageiros e cargas entre a Serra e o litoral, assim como com municípios vizinhos.

A publicação do edital representa uma etapa essencial: a escolha da empresa que fará a obra. Após a análise das propostas e a homologação da licitação, é esperada a assinatura do contrato e o início efetivo da construção. A inclusão no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e a articulação entre governo federal e prefeitura de Caxias do Sul foram fundamentais para destravar o projeto e garantir os recursos essenciais.

O aeroporto da Serra Gaúcha não é apenas uma obra de infraestrutura: é um projeto que pode transformar a mobilidade, fortalecer a economia, gerar emprego e colocar a Serra, e cidades como São Marcos, em uma nova rota de desenvolvimento e integração nacional.