A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tem até 30 de novembro para oficializar o novo preço mínimo, usado como base para financiamentos agrícolas e compras governamentais

A estimativa para o preço mínimo da uva na safra 2024/2025 projeta um aumento considerável, com valores entre R$ 1,68 e R$ 1,70 por quilo, segundo informações preliminares. Este reajuste, que representa uma alta de 12% a 13,3% em relação à safra anterior, reflete a quebra de safra enfrentada em 2024 e a alta demanda da indústria vinícola.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tem até 30 de novembro para oficializar o novo preço mínimo, usado como base para financiamentos agrícolas e compras governamentais. No ciclo anterior, o valor foi definido em R$ 1,50, abaixo dos R$ 1,58 de 2022. Apesar disso, os preços praticados no mercado frequentemente superaram os R$ 2,00 por quilo para variedades como a uva Isabel, com 15º Babo, devido à baixa oferta.

Safra de 2024: uma das mais desafiadoras em anos

Dados da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) apontam que a safra 2024 sofreu uma redução de quase 27%, com 485,5 milhões de quilos de uvas colhidos. Esse é o menor volume desde 2016, quando a produção caiu drasticamente em 60%. As variedades mais impactadas foram as viníferas, usadas na produção de vinhos finos, com uma redução de 41,05% em relação a 2023, devido às chuvas excessivas e ao aumento de doenças fúngicas.

Além disso, a comercialização de uvas enfrentou desafios, enquanto a demanda por vinhos e espumantes permaneceu estável. Especialistas apontam que a qualidade da safra, especialmente das variedades brancas tardias, foi preservada graças às condições climáticas mais favoráveis em fevereiro.

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Impactos no mercado e perspectivas

Embora a redução na produção possa indicar preços mais elevados, o mercado vinícola brasileiro opera de forma cíclica, utilizando estoques acumulados de safras anteriores para regular a oferta. Isso ameniza possíveis aumentos imediatos nos preços ao consumidor final, conforme a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra).

Contudo, produtos como o suco de uva já registram aumento de preços devido à menor oferta. No caso dos vinhos, a redução na produção também é expressiva, com quedas de 39% para vinhos de mesa e 51% para vinhos finos em relação ao ano anterior.

O que esperar para 2025

Com o aumento previsto no preço mínimo, a expectativa é de que os produtores de uva consigam uma recuperação financeira parcial após os desafios de 2024. No entanto, o desempenho da próxima safra dependerá fortemente das condições climáticas e do manejo adequado das videiras.

Aguardam-se os dados finais da Conab, que serão determinantes para confirmar as projeções e orientar o mercado para o próximo ciclo.