/apidata/imgcache/db746b92d4b56a00aaf7d89589a197c7.png
/apidata/imgcache/6489286f0535723f1bc933597a4c23f2.png
/apidata/imgcache/b57034c3e59176a09cbbea646c22583a.png

Desafios e perspectivas na safra da uva desse ano em São Marcos

Perto da colheita, produtores amargam com desafios climáticos, preço baixo e custos elevados com logística e mão de obra A cidade de São Marcos, conhecida por suas extensas plantações de uva, enfrenta um cenário desafiador na safra 2023/2024, conforme relatos da Emater e da presidente do Sindicato Rural, Sandra Meneguzzo.

Atualizado em 10/01/2024 às 18:01, por Equipe SMO.

Desafios e perspectivas na safra da uva desse ano em São Marcos

Perto da colheita, produtores amargam com desafios climáticos, preço baixo e custos elevados com logística e mão de obra

A cidade de São Marcos, conhecida por suas extensas plantações de uva, enfrenta um cenário desafiador na safra 2023/2024, conforme relatos da Emater e da presidente do Sindicato Rural, Sandra Meneguzzo. O município, que abrange cerca de 1.300 hectares dedicados à produção de uvas, especialmente das variedades Isabel e Bôrdo, está enfrentando uma série de adversidades que impactam significativamente a produção.

Um dos fatores determinantes para a redução da produção nesta safra foi o inverno com um número de horas de frio abaixo da média, quase a metade do esperado. Esse déficit impactou diretamente a brotação e o desenvolvimento dos vinhedos. Além disso, o mês de julho registrou temperaturas acima da média, seguido por uma geada tardia no final de agosto, causando danos significativos a muitos vinhedos.

/apidata/imgcache/c9086ef94dad4d18574aac51a8a0b2ce.png

Durante o período de floração, as chuvas intensas e a falta de insolação prejudicaram o pegamento de bagas por cacho, favorecendo a incidência de doenças como o míldio, ou mufa como é conhecida popularmente. A manifestação do míldio larvado, por exemplo, resultou na queda das bagas de uva, processo ainda em andamento nos vinhedos. Além disso, um evento severo de granizo em meados de novembro agravou as perdas, atingindo parte dos vinhedos do município.

A qualidade das uvas desta safra pode estar ainda mais comprometida, com a alta incidência de mufa nos vinhedos o risco de podridões é iminente, caso as chuvas frequentes continuem durante o período de colheita, que está prestes a iniciar. O maior volume de chuvas e a menor insolação podem contribuir para uvas colhidas com menor teor de açúcar (grau babo), impactando diretamente na qualidade dos vinhos e sucos produzidos.

Leia também:

“Tivemos uma quebra considerável de 30 a 35 % no setor uva”

Sandra Meneguzzo, presidente do Sindicato Rural de São Marcos, destaca que, apesar dos desafios enfrentados, a expectativa é de uma safra razoável para a variedade Isabel e uma produção mais modesta para a uva Bôrdo, mas que isso representa uma quebra de cerca de 30% na produção. No entanto, ela ressalta a preocupação com a questão da mão de obra, agora regulamentada por lei, o que aumenta os custos para os agricultores. A formalização dos empregados eleva o valor da mão de obra para a colheita da uva, adicionando mais um desafio aos produtores.

Sandra também comenta sobre os valores estabelecidos para a uva, destacando que o sindicato percebe que não é um valor justo para os agricultores, considerando os custos de produção. No entanto, ela acredita na possibilidade de negociação entre produtores e indústrias, visando um preço mais adequado.

A questão do preço mínimo da uva, fixado em R$ 1,50/kg para a uva industrial com 15° glucométricos, é outro ponto de discussão. Os produtores expressam a preocupação de que esse valor não reflita adequadamente os custos envolvidos na produção, levando em consideração os desafios enfrentados nesta safra.

Outro aspecto que implica em custos adicionais para alguns produtores nesta safra, é a logística, considerando a interdição total da Ponte do Rio das Antas, desde setembro passado, dificultando o transporte dos grãos para as vinícolas da região, principalmente entre São Marcos e Campestre da Serra, que também concentra grande parte de produção de uvas.

Em meio a esse contexto desafiador, o Sindicato Rural se mantém ativo na defesa dos interesses dos agricultores, conforme a presidente Sandra, buscando flexibilização na questão da contratação e melhores condições para os produtores locais. A Serra Gaúcha, conhecida por sua tradição vitivinícola, enfrenta uma safra 2023/2024 marcada por desafios, mas mantém a esperança de superação com a colaboração de todos os envolvidos na cadeia produtiva da uva.