Após queda de Granizo em São Marcos no fim de semana, órgãos ligados ao setor divulgam balanço dos danos nos principais cultivos. O SMO ouviu produtor de uva que estima perda de 70% na safra desde ano

A tempestade de granizo que assolou São Marcos não apenas deixou um rastro de prejuízos estimados em R$ 15 milhões na agricultura, mas também desencadeou uma luta pela sobrevivência econômica na região. Localidades como Pedras Brancas, São Jacó, São Roque, Tuiuti, Humaitá, Santo Henrique, Zamoner e São Luiz foram as mais afetadas. Em uma entrevista exclusiva ao SMO, Cenefonte Bassanesi, produtor de uvas do bairro Progresso, a região urbana mais duramente atingida, compartilhou um testemunho sombrio.

Depoimento do Produtor de Uvas, Cenefonte Bassanesi: “Caia pedra do tamamho de uma mão fechada sobre a parreira. Cerca de 70% delas foram danificadas, se o clima ajudar pode sobrar uns 20% mas se chover muito pode ser que a perda chegue a 90%. Aquela uva machucada vai apodrecer outros grão e o galho machucado também compromete o desenvolvimento da planta e do fruto, podendo gerar prejuízo por até 3 anos.”

A análise dos danos, proveniente de um levantamento conjunto da Emater, Sindicato Rural e prefeitura, revela a extensão do desastre. A cidade se depara não apenas com a perda imediata nas safras, mas com o desafio de reconstruir uma economia agrícola abalada.

Consequências e Alerta para o Futuro: Ainda sob o impacto da tempestade de granizo que ocorreu na noite da sexta-feira (17), São Marcos enfrenta a urgência de lidar com os estragos imediatos enquanto considera os riscos a longo prazo. Cenefonte Bassanesi destaca que o prejuízo aparente pode se tornar ainda mais expressivo ao longo do tempo, lançando uma sombra sobre as futuras safras.

Além da uva, que tem maior área plantada no município, demais cultivos também foram afetados, conforme relatório divulgado. Abaixo estão alguns dos principais dados sobre as perdas nas diferentes culturas:

1. UVA:
   • Prejuízo: R$ 10 milhões
   • Perda: Cerca de 30%
   • Área atingida: 800 hectares de um total de 1,3 mil
   • Redução da produtividade por hectare: De 25 para 17 toneladas
2. ALHO:
   • Prejuízo: R$ 1,5 milhão
   • Perda: 30%
   • Área atingida: Todos os 50 hectares
   • Redução da produtividade por hectare: De 10 para 7 toneladas
3. MAÇÃ:
   • Prejuízo: R$ 2,2 milhões
   • Perda: Mais de 65%
   • Área atingida: 40 hectares de um total de 45
   • Redução da produtividade por hectare: De 35 para 12 toneladas
4. PÊSSEGO:
   • Prejuízo: Meio milhão de reais
   • Perda: 35%
   • Área atingida: 40 hectares de um total de 55
   • Redução da produtividade por hectare: De 18 para 11 toneladas
5. AMEIXA:
   • Prejuízo: Aproximadamente R$ 270 mil
   • Perda: 50%
   • Área atingida: 12 hectares de um total de 20
   • Redução da produtividade por hectare: De 18 para 9 toneladas
6. CAQUI:
   • Prejuízo: R$ 300 mil
   • Perda: 18%
   • Área atingida: 40 hectares de um total de 58
   • Redução da produtividade por hectare: De 23 para 18 toneladas
7. QUIWI:
   • Prejuízo: R$ 130 mil
   • Perda: 20%
   • Área atingida: 11 hectares de um total de 18
   • Redução da produtividade por hectare: De 20 para 16 toneladas
8. MILHO:
   • Prejuízo: R$ 145 mil
   • Perda: 10%
   • Área atingida: Todos os 220 hectares
   • Redução da produtividade por hectare: De 6,6 para 5,9 toneladas
9. OLERÍCOLAS:
   • Prejuízo: R$ 182 mil
   • Perda: 20%
   • Área atingida: Todos os 35 hectares
   • Redução da produtividade por hectare: De 20 para 16 toneladas

Essa situação representa um desafio significativo para a comunidade agrícola de São Marcos, exigindo esforços e apoio para a recuperação e o planejamento de medidas preventivas para o futuro.

O São Marcos Online se propõe a acompanhar de perto essa trajetória de resiliência e reconstrução, dando voz não apenas aos números, mas às histórias dos agricultores que agora enfrentam um capítulo desafiador em suas vidas e na história de São Marcos.