Permanência da interdição da Ponte do Rio das Antas em São Marcos já causa prejuízos econômicos na região
Trabalhadores, comerciantes e empresários sentem os impactos com rotas alternativas que diminuem o fluxo de novos visitantes.

Trabalhadores, comerciantes e empresários sentem os impactos com rotas alternativas que diminuem o fluxo de novos visitantes. Hoje o DNIT anunciou bloqueio por tempo indeterminado
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) anunciou hoje a permanência da interdição da Ponte do Rio das Antas, localizada no km 95,7 da BR-116/RS, em São Marcos, por tempo indeterminado. A decisão visa garantir a segurança dos usuários da rodovia após danos causados pelas enchentes resultantes da passagem de um ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul no último domingo (3).
Técnicos do DNIT realizaram uma vistoria na estrutura da ponte e constataram riscos aos usuários. Até que os serviços de recuperação sejam realizados, o departamento sugere o uso de rotas alternativas, devidamente sinalizadas, como a ERS-122 para o trecho de Caxias do Sul/Vacaria e a VRS-315 para o trecho São Marcos/Vacaria.
O governo federal já anunciou um repasse de R$ 16 milhões para a execução da obra, e o DNIT pretende apresentar um laudo técnico ainda esta semana.
No entanto, os impactos econômicos da interdição já estão sendo sentidos pela comunidade local. Comerciantes, empresários e trabalhadores que dependem da ponte para suas atividades diárias expressaram sua preocupação com a situação.
Márcia Boff, RH da Bepo, detalha como a empresa está agindo em relação aos colaboradores que precisam atravessar a ponte. “Estamos muito apreensivos com a interdição da ponte, que é uma rota crucial para trazer nossos funcionários para o trabalho. Atualmente, temos cerca de 40 pessoas que vêm de Campestre e São Bernardo. Avaliamos alternativas de trajeto para garantir a segurança deles, mas a situação ainda é incerta. A empresa aguarda um posicionamento oficial sobre a duração da interdição para tomar decisões mais concretas. Por enquanto, estamos utilizando rotas alternativas para o escoamento de nossos produtos, mas tudo depende de quanto tempo a ponte permanecerá fechada.”, finaliza.
Paulo Sérgio, proprietário do Hotel e Restaurante São Bernardo, localizado em Campestre da Serra, lamentou a situação: “Temos que encarar esta realidade e os fatos, pois as últimas notícias não são nada boas. Durante a interdição da ponte, decaímos para no máximo 70 clientes em 4 dias. Não sendo possível continuar por muito tempo em nosso funcionamento normal.”
Paulo detalha que normalmente, durante a semana, o restaurante atende trabalhadores caminhoneiros da região e alguns turistas, podendo chegar a até 300 (trezentas) refeições no local em 1 (um) dia, sendo o pico de faturamento aos finais de semanas e feriados (feriados estendidos), chegando até 900 (novecentas) clientes. Durante a interdição da ponte, o movimento no estabelecimento caiu para 70 clientes em 4 dias.
O são-marquense Guilherme Molon, proprietário do Restaurante Amélia e Sinuelo Vinícola, destacou a gravidade da situação: “Nós que dependemos totalmente da estrada é muito grave. O nosso movimento desse domingo foi metade do que um dia normal. Se persistir assim, nossa diminuição de faturamento pode chegar a 70%.”
A família Dall’Agno, responsável pelo Restaurante Topo da Serra, na Linha Edth, interior de São Marcos, também expressou sua preocupação com a situação, ressaltando a importância do turismo na região e afirmando queda no movimento, principalmente ao meio-dia. “A gente tinha bastante motoristas que paravam pra almoçar aqui. Graças a Deus, a gente tem o pessoal da cidade, que continua vindo”, relatou Rafaela, apontando queda de aproximadamente 40% no fluxo de pessoas no estabelecimento na última semana.
Diante desse cenário, a economia da região de São Marcos enfrenta desafios significativos devido à interdição da Ponte do Rio das Antas. É crucial que as autoridades e órgãos responsáveis acelerem os esforços para a realização das obras de recuperação o mais rápido possível, a fim de minimizar os impactos negativos sobre os comerciantes, empresários e trabalhadores locais, bem como sobre a economia da região como um todo.