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Setembro Amarelo: psicóloga dá 3 dicas aos pais para prevenir ou ajudar na identificação da depressão e ansiedade em crianças

Luana Mello, docente do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, ressalta que o tratamento com medicação deve ser utilizado somente em últimos casos

Atualizado em 23/09/2025 às 15:09, por Liliane Cioato.

Setembro Amarelo: psicóloga dá 3 dicas aos pais para prevenir ou ajudar na identificação da depressão e ansiedade em crianças

Conforme o levantamento, o número de atendimentos por transtornos de ansiedade em crianças de 10 a 14 anos cresceu 2.500% nos últimos dez anos

Dados do Ministério da Saúde sobre a saúde mental das crianças e adolescentes do Brasil mostra que os quadros de ansiedade e depressão entre os pequenos bateram recorde em 2025, registrando grande número de atendimentos por transtornos variados, e formando um cenário que preocupa especialistas e famílias.

Conforme o levantamento, o número de atendimentos por transtornos de ansiedade em crianças de 10 a 14 anos cresceu 2.500% nos últimos dez anos, saltando de 1.850 registros em 2014 para mais de 24.300 casos em 2024. Entre adolescentes de 15 a 19 anos, o avanço foi ainda mais alarmante: +3.300% no mesmo período, com mais de 53 mil atendimentos anuais registrados no Sistema Único de Saúde (SUS).

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O fenômeno não é exclusivo do Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, a taxa de ansiedade em crianças subiu de 7,1% para 10,6% entre 2016 e 2022. A depressão infantil também aumentou de 3,2% para 4,6% no mesmo período. Especialistas apontam as redes sociais como um dos principais gatilhos para a saúde mental de crianças e pré-adolescentes em todo o mundo.

Segundo Luana Mello, coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera de Porto Alegre, não é possível mapear com exatidão as causas que levam a esse aumento de problemas mentais nas crianças, mas é possível identificar gatilhos e potenciais ativadores desses problemas.

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“Diversos fatores podem contribuir para essa tendência, muitos dos quais estão ligados a mudanças no estilo de vida moderno, na sociedade e no ambiente ao redor das crianças Os casos mais comuns são alterações hormonais ou estruturas cerebrais, mas problemas bullying, maus tratos, violência psicológica, mudanças de escola e divórcio dos pais, uso excessivo de redes, também podem desencadear problemas psíquicos”, alerta.

Diante disso, Luana ressalta o papel dos pais, que devem estar atentos nesse processo de desenvolvimento a fim de identificar qualquer instabilidade emocional.

A psicóloga aponta três sinais que podem que podem revelar a depressão ou a ansiedade em crianças, como também, contribui na prevenção. Confira:

Quadros de tristeza excessiva:

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Desanimo em qualquer atividade da rotina todos os dias, diferenças claras no comportamento com outras crianças, isolamento social, alteração no sono e apetite, déficit de atenção, dificuldades de aprendizagem e em se concentrar;

Cuidados com o uso de antidepressivos:

De acordo com a psicóloga, os antidepressivos só devem ser prescritos para crianças em casos de depressão moderada a grave ou em condições como transtornos de ansiedade, TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo) ou TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), e mesmo assim, quando outras intervenções, como psicoterapia, não forem suficientes;

“A psicoterapia, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), costuma ser a primeira linha de tratamento para crianças e adolescentes com problemas de saúde mental. Antidepressivos são considerados apenas quando a psicoterapia isolada não é eficaz”, alerta.

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Envolvimento familiar:
"Pergunte sobre preferências e interesses das crianças, e leve em consideração suas opiniões ao escolher atividades. Explorar diferentes ambientes e culturas pode ser emocionante e cria memórias únicas na cabeça da criança, que também precisa destes momentos de conexão com os cuidadores para se desenvolverem”, indica.

Luana reforça que, as atividades em si são a conexão emocional que esses pais e/ou cuidadores terão com as crianças e que é, portanto, o tempo de qualidade compartilhado que vai contribuir para essa formação dos afetos, noções de realidade e, não menos importante, das memórias especiais, que se constituem como importante fonte de desenvolvimento.

Por fim, procure sempre um profissional, reitera a psicóloga.