Setembro Amarelo: autocuidado vai além da estética e se revela aliado da saúde mental
Atos simples de autocuidado, individuais ou coletivos, ajudam a reduzir sintomas de ansiedade, elevam a autoestima e criam vínculos que contribuem para a saúde mental.
Atualizado em 11/09/2025 às 18:09, por Liliane Cioato.

Pentear o cabelo, trocar de roupa ou até mesmo cortar as unhas podem parecer gestos banais, mas para muitas pessoas esses atos representam um passo importante na preservação da saúde mental. Um estudo publicado no Journal of Cosmetic Science, em parceria com o grupo L’Oréal, mostra que pequenas rotinas de autocuidado contribuem para reduzir sintomas de ansiedade e melhorar a autoestima. Mais do que isso: quando compartilhadas em grupo, em salões ou oficinas de beleza, essas práticas podem criar espaços de convivência e pertencimento.
A professora do curso de Psicologia da Estácio, Thais Knopp, reforça que o autocuidado, mesmo em sua forma mais simples, pode trazer transformações significativas. “Mesmo um ato pequeno de cuidado pode e deve ser feito. Trocar uma roupa, cortar o cabelo ou pintar as unhas já muda a forma como nos enxergamos e impacta nosso bem-estar. Quando nos olhamos no espelho e conseguimos nos sentir minimamente bem, isso já transforma o dia”, afirma.
Segundo a especialista, a perda desses hábitos é um dos primeiros sinais em quadros depressivos. “Quando a pessoa está com sintomas de depressão, é comum abandonar o autocuidado. Por isso, qualquer passo — tomar banho, escovar os dentes ou sair para caminhar — é fundamental para que ela recupere parte da sua autonomia e se reconecte consigo mesma”, explica.
Além do cuidado individual, há também a dimensão coletiva. Pesquisas realizadas no SUS demonstram que oficinas de beleza funcionam como rituais sociais, fortalecendo vínculos entre participantes. Thais ressalta que dividir esses momentos pode ser ainda mais potente: “É muito mais interessante quando o autocuidado acontece em companhia. Estar perto de alguém querido ajuda a manter a motivação, favorece a troca e transforma a rotina em algo prazeroso, e não em uma obrigação”, destaca.
O Setembro Amarelo chama a atenção para a prevenção do suicídio e a importância do cuidado integral com a saúde mental. Nesse contexto, pensar o autocuidado não apenas como luxo ou vaidade, mas como ferramenta de saúde e conexão social, é um caminho possível para enfrentar a solidão e promover bem-estar.