São Marcos acaba de ganhar projeção estadual e nacional no mais recente Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), divulgado na quarta-feira (18). O levantamento, que analisa as contas de 5.129 municípios brasileiros, coloca a cidade no grupo de gestão de excelência — resultado obtido por apenas uma parcela dos municípios do país.

O IFGF consolidado de São Marcos em 2024 alcançou 0,8469 ponto, bem acima da média nacional (0,6531) e também superior à média do Rio Grande do Sul (0,7537). O resultado garante ao município a 113ª posição no ranking estadual e a 823ª colocação no cenário nacional, entre 5.129 cidades avaliadas.

Excelência em Autonomia, Pessoal e Liquidez

O destaque de São Marcos está nos indicadores de Autonomia, Gastos com Pessoal e Liquidez, todos com pontuações consideradas de excelência:

• Autonomia: 1,0000 – o município financia integralmente suas despesas essenciais com receitas próprias, evidenciando baixa dependência de transferências da União e do Estado;
• Gastos com Pessoal: 1,0000 – reflexo de uma folha de pagamento equilibrada, dentro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, permitindo mais flexibilidade orçamentária;
• Liquidez: 0,9486 – indica recursos em caixa para cumprir obrigações de curto prazo, evitando o “cheque especial” que penaliza outros municípios.

Desafio em Investimentos

O único ponto de atenção no relatório é o IFGF Investimento, que caiu para 0,4390 ponto, abaixo do patamar de “boa gestão” (0,6 a 0,8) e dentro da faixa “gestão em dificuldade” (0,4 a 0,6). Isso significa que, embora São Marcos tenha uma situação fiscal sólida, destina uma parcela relativamente menor da receita a investimentos públicos, fundamentais para novas obras, infraestrutura e desenvolvimento do ambiente de negócios.

Evolução histórica

O desempenho atual de São Marcos representa um salto frente a anos anteriores. Em 2015, o município tinha apenas 0,4978 ponto no IFGF geral. Desde 2020, a cidade passou a registrar índices consistentes acima de 0,79, chegando ao pico de 0,8827 em 2022. Em 2024, mesmo com queda no investimento, manteve o patamar de excelência.

Ano	IFGF geral
2015	0,4978
2020	0,7928
2022	0,8827
2024	0,8469

RS acima da média nacional, mas desigual

O estudo mostra que o Rio Grande do Sul, como um todo, teve resultado 15,4% superior à média brasileira, com 89,1% das cidades gaúchas encerrando 2024 em situação fiscal boa ou excelente. Ainda assim, 10,2% das prefeituras gaúchas estão em situação difícil e 0,6% em cenário crítico, evidenciando desigualdades históricas.

“É fundamental considerarmos que o cenário está melhor por conta dos resultados econômicos de 2024 e de maior repasse de recursos, mas que isso pode não se repetir em outros momentos”, alerta o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.

Porque o índice importa

Criado pela Firjan, o IFGF avalia as contas municipais em quatro dimensões — Autonomia, Gastos com Pessoal, Liquidez e Investimentos — com base em dados declarados pelas próprias prefeituras. Os resultados variam de 0 a 1 e são classificados como:

• Excelência: acima de 0,8 ponto;
• Boa Gestão: entre 0,6 e 0,8;
• Gestão em Dificuldade: de 0,4 a 0,6;
• Gestão Crítica: abaixo de 0,4.

Além de permitir comparações entre municípios, o índice mostra tendências e sinaliza áreas que precisam de atenção. No caso de São Marcos, os dados reforçam que o equilíbrio das contas possibilita avançar em investimentos para melhorar ainda mais a qualidade de vida e a competitividade local.

Comparativo IFGF 2024 – São Marcos x RS x Brasil

Indicador / Local	São Marcos	Rio Grande do Sul (média)	Brasil (média)
IFGF geral	0,8469	0,7537	0,6531
Autonomia	1,0000	0,8923	0,7760
Gastos com Pessoal	1,0000	0,8274	0,7035
Liquidez	0,9486	0,8156	0,6573
Investimentos	0,4390	0,4810	0,4765

Legenda:
🔹 0,8 a 1,0 = Gestão de Excelência
🔹 0,6 a 0,8 = Boa Gestão
🔹 0,4 a 0,6 = Gestão em Dificuldade
🔹 Abaixo de 0,4 = Gestão Crítica
 

O próximo passo para São Marcos

Com o cenário fiscal positivo, especialistas recomendam que municípios como São Marcos priorizem o aumento da capacidade de investimento, diversificando a economia local, atraindo empresas e garantindo obras estruturantes. “Os critérios de distribuição de recursos precisam estimular os gestores públicos a ampliarem a arrecadação local e a garantirem qualidade no gasto”, pontua Jonathas Goulart, gerente de Estudos Econômicos da Firjan.

Serviço:

O detalhamento completo do IFGF, com rankings, análises e dados históricos de cada cidade, pode ser acessado no site da Firjan: www.firjan.com.br/ifgf.