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Rio Grande do Sul poderá ter safra recorde de grãos, estima Conab

Primeiro levantamento do ciclo 2025/26 aponta para 40,9 milhões de toneladas no estado; desempenho dependerá da estabilidade climática nos próximos meses

Atualizado em 14/10/2025 às 09:10, por Liliane Cioato.

Rio Grande do Sul poderá ter safra recorde de grãos, estima Conab

Foto: Luiz Henrique Magnante / Embrapa

O Rio Grande do Sul pode alcançar uma safra recorde de grãos no ano agrícola 2025/26, caso as condições climáticas sejam favoráveis e as projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) se confirmem. A primeira estimativa para o novo ciclo, divulgada nesta terça-feira (14), indica uma produção de 40,9 milhões de toneladas, a maior já registrada no estado desde 1976/77. A alta é de 13,7% em relação à safra anterior. O volume equivale a 11,5% da produção nacional, que também deve alcançar novo recorde, estimado em 354,7 milhões de toneladas.

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O Rio Grande do Sul deverá ser o terceiro maior produtor de grãos do país, atrás de Mato Grosso e Paraná. Embora deva ocupar o segundo lugar em área plantada, com 10,7 milhões de hectares e crescimento de 1,5%, a produtividade estadual tem sido impactada por fatores como a instabilidade climática. Mesmo assim, a nova projeção da Conab é considerada positiva, com destaque para a recuperação esperada na soja.

“Apesar dos desafios climáticos recentes, o Rio Grande do Sul se posiciona para uma safra promissora em 2025/26, com boa perspectiva de recuperação da soja, fortemente prejudicada na temporada passada. O desempenho dependerá, sobretudo, da estabilidade do clima nos próximos meses. Caso se mantenha a perspectiva desenhada pela Conab, o estado poderá registrar um marco histórico na produção de grãos, reafirmando sua importância no cenário agrícola nacional”, destaca o presidente da Conab, Edegar Pretto.

Soja: recuperação do carro-chefe da produção gaúcha

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O RS deve ocupar o segundo lugar entre os maiores produtores de soja no país. A produção estimada é de 22,4 milhões de toneladas, crescimento expressivo de 34,9% em relação à safra anterior. A área plantada pode aumentar 1,0%, chegando a 7,2 milhões de hectares. A produtividade média projetada é de 3.129 kg/ha, alta de 33,6%. Essa expectativa positiva reflete a previsão de recuperação após a forte estiagem que comprometeu a safra 2024/25, principalmente durante o desenvolvimento das lavouras. A semeadura para o novo ciclo ainda é incipiente.

Milho 1ª safra: maior produtor do país com boa temporada

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A maior produção de milho da 1ª safra se concentra no RS. Para 2025/26, a Conab estima uma área cultivada de 817,2 mil hectares, 14,2% a mais que no ciclo anterior. É o maior avanço em duas décadas, impulsionado pela segunda maior produtividade da história do estado na última safra. Isso mostra que a cultura ainda representa uma boa alternativa de renda aos produtores. A produção, contudo, deve ter uma leve queda de 0,1%, resultando em 5,4 milhões de toneladas. Até 13 de outubro, 83% da área já estava semeada. A condição geral das lavouras é considerada boa.

Arroz: RS mantém liderança, mesmo com queda na produção

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O RS continua como o maior produtor de arroz do país. No entanto, a queda no preço do grão no mercado deverá resultar em retração de 3,1% na área plantada e de 10,5% na produção, estimadas, respectivamente, em 938,1 mil hectares e 7,8 milhões de toneladas. Apesar das baixas, a expectativa é positiva. Com reservatórios em níveis satisfatórios, além da previsão de alta radiação solar e dias quentes nos meses de janeiro e fevereiro, o desenvolvimento das lavouras deve ser favorecido durante as fases de floração e enchimento de grãos. Até o momento, 18% da área prevista já foi semeada.

Feijão: expectativa de crescimento na produção

A produção de feijão, incluindo o preto e cores, deve atingir 76,6 mil toneladas no RS, aumento de 4,2% em relação ao ciclo 2024/25. A área cultivada está estimada em 45,4 mil hectares, crescimento de 7,1%. O feijão-cores é predominante no Planalto Superior, com início do plantio previsto para novembro, após a colheita das culturas de inverno. Já o feijão-preto teve 51% da área prevista semeada até o final de setembro. Embora as temperaturas mais baixas atrasem o desenvolvimento inicial das plantas, não há impacto negativo na produtividade até o momento.

Trigo (safra 2025): lavouras apresentam bom desempenho

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Principal produtor de trigo do Brasil, o RS finalizou a semeadura da safra 2025 com uma área de 1,16 milhão de hectares, queda de 13,7% em relação à safra anterior. A produção está estimada em 3,7 milhões de toneladas, recuo de 6,3%. Os principais fatores para a redução da área foram a estiagem durante o período ideal de plantio e as recentes perdas nas safras 2023 e 2024, que desestimularam o plantio, além do menor investimento em insumos, especialmente fertilizantes. Ainda assim, as lavouras apresentam bom desenvolvimento e a condição geral é considerada positiva. A colheita já foi iniciada.

Aveia (safra 2025): área recorde e lavouras em excelentes condições

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O RS é o maior produtor de aveia no país. O estado deve ter uma produção de 965 mil toneladas, crescimento de 14,6% em relação à safra passada. A área plantada é a maior já registrada pela Conab, com 384,6 mil hectares, alta de 7,8%. A redução da área de trigo contribuiu para o avanço da aveia, impulsionada também por melhores preços de mercado. Apesar dos impactos das chuvas em junho e das geadas em julho e agosto, as perdas foram pequenas. A colheita atingia 9% da área total à época do levantamento, com resultados acima dos esperados.

Canola (safra 2025): produção pode crescer mais de 66%

O RS lidera a produção nacional de canola, com expectativa de aumento de 66,2%, atingindo 320,7 mil toneladas. A área plantada deve crescer 43,7%, alcançando 209,9 mil hectares. As lavouras apresentam bom desenvolvimento e boa qualidade dos grãos, o que sugere alta na produtividade em relação ao levantamento anterior. No campo, 4% das áreas haviam sido colhidas até o levantamento.

Cevada (safra 2025): mesmo com retração, perspectiva é positiva

O RS é o segundo maior produtor nacional de cevada. A previsão é colher 99,6 mil toneladas em 30,4 mil hectares, reduções de 13,4% e 11,4%, respectivamente. A cultura predomina no Planalto Superior e foi beneficiada por condições climáticas favoráveis à semeadura, concluída em julho. As lavouras estão em boas condições. A colheita deve iniciar em outubro.