Quando o civismo calou o oportunismo: o discurso necessário de Brochetto
Durante a sessão desta segunda-feira (28), o presidente da Câmara de São Marcos, Antonio Luiz Brochetto (PDT), surpreendeu o plenário com um discurso contundente sobre a soberania nacional, relembrando o Hino da Legalidade e criticando “fajutos” políticos que exaltam líderes estrangeiros e desrespeitam a pátria.

Vereador Antonio Luiz Brochetto (PDT), presidente da Câmara de São Marcos, durante discurso na tribuna em sessão solene; ele veste terno escuro e gravata, com expressão séria diante do microfone. Créditos: Arquivo da Câmara
A sessão da Câmara de Vereadores de São Marcos nesta segunda-feira (29) foi palco de um dos discursos mais contundentes da história recente do parlamento local. Com décadas de atuação na vida pública, o vereador Antonio Luiz Brochetto (PDT), atual presidente da Casa, protagonizou uma fala carregada de indignação, civismo e crítica política profunda.
Brochetto iniciou sua manifestação fazendo referência ao Hino da Legalidade, peça simbólica da resistência democrática durante a crise institucional de 1961, quando Leonel Brizola liderou um levante para garantir a posse de João Goulart.
“Marcharemos todos juntos com a bandeira que prega a lealdade. E aonde está a lealdade desse povo brasileiro?”, questionou o vereador, lançando um apelo à consciência coletiva e à defesa da Constituição e da soberania do país.
Brochetto atacou diretamente parlamentares e figuras públicas que se dizem patriotas, mas exaltam símbolos e lideranças estrangeiras:
“Se enrolaram na bandeira dos Estados Unidos dentro do Congresso Nacional. Formaram uma alcateia de traidores da pátria… Uns falsos profetas, uns hipócritas!”
O vereador também resgatou memórias da ditadura militar e lamentou que até hoje muitas famílias não saibam o destino de entes desaparecidos. “Aqui se faz, aqui se paga… o tempo está se encarregando daqueles torturadores, daqueles bandidos que mataram pessoas inocentes.”
Em tom enérgico, Brochetto criticou a idolatria ao ex-presidente americano Donald Trump e aos membros da família Bolsonaro, mencionando diretamente escândalos, autoexílios e pedidos de dinheiro público:
“Um pilantra com 41 anos dependendo do pai… instigando os Estados Unidos contra o Brasil… a sociedade está pagando caro por causa desses falsos profetas.”
A fala também mencionou parlamentares brasileiros como Hélio Lopes e outros que, segundo Brochetto, “fogem do debate” ou prestam continência à bandeira norte-americana.
O vereador ainda repudiou o apoio a figuras como o coronel Brilhante Ustra, conhecido torturador do regime militar, e defendeu que a mudança no Brasil deve acontecer pelo voto, não por rompimentos institucionais.
“Se temos que derrubar um governo, que seja pelo voto! Mas chega dessa hipocrisia, dessa vergonha de rastejar pra interesses estrangeiros.”
Ao fim do discurso, Brochetto agradeceu e fez um apelo:
“Vamos parar e pensar um pouquinho nesse Hino da Legalidade… e assumir a responsabilidade de verdadeiros patriotas.”