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Mais de um ano após as chuvas, BR-116 em São Marcos ainda opera com restrições e espera por obras definitivas

DNIT responde ao São Marcos Online e dá detalhamento da situação dos escopos, obras e fiscalização eletrônica no trecho urbano e rural da rodovia

Atualizado em 29/07/2025 às 21:07, por Angelo Batecini.

Mais de um ano após as chuvas, BR-116 em São Marcos ainda opera com restrições e espera por obras definitivas

Imagem aérea do km 96 da BR-116, em São Marcos (RS), mostra trecho onde metade da pista foi destruída por uma penetração de terra. À esquerda, encosta íngreme com superfícies e rochas expostas próximas ao leito do Rio das Antas. À direita, a pista remanescente segue estreita e com trânsito controlado por semáforo, com dois veículos circulando. A imagem evidencia a gravidade da penetração e os riscos à infraestrutura da rodovia. Créditos: viagensecaminhos

Mais de um ano após os intensos deslizamentos e danos estruturais causados pelas chuvas históricas de maio de 2024, o trecho da BR-116 que corta o município de São Marcos, na Serra Gaúcha, segue apresentando situações críticas de tráfego, mesmo com obras em andamento e ações de mitigação. Em resposta à reportagem do São Marcos Online, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) forneceu informações atualizadas sobre as intervenções em andamento, pendências técnicas e as ações previstas para a melhoria da mobilidade e da segurança viária.

Estragos persistem em 40 pontos da rodovia

Segundo o DNIT, ao menos 40 pontos ao longo da BR-116 foram afetados por deslizamentos ou danos estruturais no trecho entre Nova Petrópolis e Vacaria, incluindo os já conhecidos km 96, km 108 e km 112, em São Marcos. Alguns destes locais, conforme o órgão, já estão com obras em execução, com projetos aprovados. Outros, no entanto, ainda estão em fase final de estudos técnicos, principalmente nos pontos considerados de grande complexidade geológica e de engenharia, exigindo projetos detalhados para garantir soluções definitivas e seguras.

O km 96, próximo à ponte sobre o Rio das Antas, segue como um dos casos mais graves. Desde o deslizamento ocorrido em 2023 – agravado pelas chuvas de 2024 – a pista opera em meia pista, com tráfego controlado por semáforo, sendo permitido apenas o trânsito de veículos leves. Metade da pista foi levada, e mesmo com o projeto técnico já contratado, as obras ainda não começaram. O DNIT confirmou que este ponto está incluído nas intervenções de maior porte, e que as obras devem ocorrer ao longo de 2025, com prazo de execução estimado em até 18 meses.

Já os km 108 e km 112, também no território de São Marcos, passaram por intervenções emergenciais e reforços estruturais, e hoje operam sem restrições para o tráfego. No entanto, técnicos ainda monitoram a estabilidade do solo e eventuais recalques.

Obras e estudos: cautela e complexidade

De acordo com o DNIT, a estratégia adotada foi priorizar os locais com risco de interrupção total do tráfego e que pudessem ser recuperados com obras de caráter emergencial. Nos demais, o órgão afirma que está concluindo estudos técnicos mais robustos, a fim de garantir que as futuras intervenções não sejam apenas paliativas. “Projetos de grande magnitude demandam análises geológicas e estruturais profundas. A assertividade na execução é essencial para evitar novos problemas em curto prazo”, destaca o comunicado.

O órgão também reforça que os danos foram agravados pelo acúmulo de eventos climáticos extremos, que saturaram o solo em diversos pontos da Serra Gaúcha. “A região apresenta condições geográficas e de relevo que aumentam a complexidade das soluções, especialmente nos pontos próximos a encostas e cursos d’água.”

Fiscalização eletrônica em expansão

Outra frente destacada pelo DNIT diz respeito à fiscalização eletrônica de velocidade, medida que visa reduzir acidentes e melhorar a segurança dos usuários da rodovia, especialmente no perímetro urbano e no trecho rural de São Marcos.

De acordo com a autarquia federal, oito dos nove equipamentos previstos já estão instalados e em funcionamento. Apenas um ponto ainda aguarda instalação – nas proximidades da empresa BEPO –, cuja liberação depende da análise técnica de viabilidade, conforme a Instrução Normativa nº 43/2021. O estudo deve ser finalizado até a próxima semana.

Após a aprovação, a empresa responsável terá até 90 dias para concluir a instalação e aferição do equipamento junto ao INMETRO. Com isso, o município passará a contar com nove pontos de fiscalização eletrônica operando plenamente, reforçando o controle de velocidade tanto em zonas urbanas quanto rurais da BR-116.

Segurança e paciência: usuários pedem celeridade

Enquanto as obras não são concluídas e a normalização da rodovia segue em ritmo gradual, motoristas e moradores da região precisam conviver com desvios, esperas em semáforos, buracos, trechos com sinalização improvisada e interdições parciais.

Empresários e transportadores de carga que utilizam a rodovia com frequência também demonstram preocupação. O setor aponta prejuízos com atrasos logísticos, aumento no custo do transporte e risco constante de acidentes nos pontos críticos.

A comunidade cobra maior celeridade do governo federal e ações mais incisivas. “Sabemos que a geografia da Serra impõe dificuldades, mas não dá mais para conviver com pistas estreitas, sinalização precária e buracos permanentes. Precisamos de uma BR-116 segura e funcional”, resume um caminhoneiro ouvido pela reportagem.

Situação atual da BR-116 em São Marcos — resumo

Local (km)Problema identificadoSituação atualPrevisão
Km 96Grande deslizamento, pista destruídaMeia pista com semáforo, só veículos levesObras previstas para 2025
Km 108Rachaduras e desnívelTráfego normal após reparosConcluído
Km 112Rachaduras levesTráfego liberado, monitoramento contínuoConcluído
Fiscalização eletrônica9 pontos previstos8 instalados; 1 em análise finalConclusão em até 90 dias
    

A reportagem do São Marcos Online seguirá acompanhando o cronograma das obras e a liberação definitiva dos pontos afetados da BR-116, mantendo a comunidade informada sobre as melhorias e entraves enfrentados no principal eixo rodoviário da região.