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Golpe do falso advogado: como se proteger e denunciar?

Golpe do falso advogado utiliza dados reais para enganar vítimas e exigir pagamentos via Pix, sendo essencial verificar a identidade do profissional na OAB, desconfiar de contatos inesperados, não fornecer informações pessoais e denunciar o caso à polícia e à Ordem.

Atualizado em 12/08/2025 às 19:08, por Liliane Cioato.

Golpe do falso advogado: como se proteger e denunciar?

Não clicar em links suspeitos enviados e muito menos acessar documentos enviados por desconhecidos

Em meio a uma rotina agitada, uma profissional de TI, que prefere não se identificar, recebeu uma mensagem via WhatsApp sobre a finalização de um processo judicial. Ela desconfiou, pois o número não era o mesmo com o qual costumava falar com seu advogado. “Inicialmente, até pensei que o telefone do meu advogado havia sido clonado, mas não, era um outro número com a foto dele. Mas fiquei impressionada, pois tinham meu telefone, meu CPF e os dados do meu processo”, conta. 

A vítima não fez o pix, que, segundo o falsário, seria necessário para liberar o valor, e entrou em contato diretamente com o seu advogado: “Eu desconfiei, mas precisava confirmar. Foi um alívio falar com meu advogado, que confirmou que o meu processo continua em andamento. Não havia nenhum valor a ser recebido e, principalmente, que eu não deveria fazer nenhum Pix”. 

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A principal defesa contra o golpe do falso advogado começa com a verificação da identidade do profissional. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) disponibiliza a plataforma https://confirmadv.oab.org.br/, onde qualquer pessoa pode validar se o indivíduo da área de direito está devidamente registrado. Para fazer isto, basta inserir o número da inscrição, estado e e-mail informado. 

Segundo Emerson Duarte, especialista em segurança da internet e professor da Estácio, outras medidas essenciais podem ser tomadas, como desconfiar de contatos inesperados via WhatsApp, telefone ou e-mail, especialmente se houver urgência ou pressão para realizar pagamentos; sempre devemos procurar informações ou atualizações de seus processos junto ao escritório ou advogado contratado para nos defender de forma presencial. Ele também comenta que é bom evitar a mera troca de mensagens ou ligações telefônicas. 
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“Antes de fazermos contato direto com o nosso advogado ou com o escritório dele é recomendável não efetuar transferências via PIX ou boletos. Também é bom confirmarmos dados bancários, caso aconteça a necessidade de qualquer pagamento, pois ele deverá ser feito apenas em contas vinculadas ao profissional ou ao escritório, nunca para terceiros e sempre com algum tipo de documento que explique ou justifique tal ação. Outra coisa que precisamos ficar atentos é não clicar em links suspeitos enviados e muito menos acessar documentos enviados por desconhecidos”, afirma o especialista. 

O que fazer em caso de ligação ou ameaça?
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Se você receber uma ligação suspeita ou for ameaçado por alguém se passando por advogado não forneça dados pessoais como CPF, número de processo ou informações bancárias; salve todas as provas, como prints de conversas, áudios, números de telefone e documentos recebidos; registre um boletim de ocorrência, preferencialmente de forma presencial, ou pela sites das delegacias especializadas em crimes cibernéticos; bloqueie o número do telefone e denuncie o contato em aplicativos como WhatsApp; e procure orientação jurídica com seu advogado de confiança e ou no escritório que foi contratado para te representar. 

Como orientar os idosos, principais vítimas desses golpes? 

Primeiramente, devemos educá-los/conscientizá-los sobre segurança digital. É primordial a “alfabetização digital”, ensine-os a identificar sites seguros, evitar links suspeitos, não atender ligações de números desconhecidos e nunca confirmar ou compartilhar informações pessoais e senhas. Outra iniciativa interessante é criar canais de apoio familiar, incentivando que eles compartilhem qualquer contato estranho com filhos ou netos. Peça para os idosos evitarem exposição excessiva nas redes sociais, pois elas facilitam a coleta de dados por golpistas. 

Como os golpistas conseguem dados reais dos processos? 
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De acordo com Emerson Duarte, a fraude se baseia em engenharia social e no acesso a informações públicas, por exemplo, sites dos tribunais como o Processo Judicial Eletrônico (PJe); além do sistema de acompanhamento processual ESAJ (Sistema Eletrônico de Informações do Judiciário); PROJUDI (Processo Judicial Digital), entre outros que permitem a consulta de processos públicos e são algumas das potenciais fontes de informação usadas pelos golpistas. 

O mesmo também ocorre em plataformas ilegais em sites localizados tanto na internet “regular” quanto na deepweb; que vendem dados pessoais como CPF, endereço e nome completo obtidas em vazamentos de dados de empresas que possuem cadastros de clientes e entre outros. 

Onde denunciar esse tipo de golpe? 

Além da polícia, há canais específicos para denunciar falsos advogados, como a OAB Nacional: https://fiscalizacao.oab.org.br/home/Denuncie.