“A maior enchente que vi na vida”, diz Osmar Magrin de 68 anos. “O ser humano mesmo está acabando com a natureza”, aponta o experiente ribeirinho

As enchentes que assolaram a região da Serra Gaúcha nos últimos anos têm deixado marcas profundas na vida dos moradores, especialmente daqueles que vivem nas encostas do Rio das Antas, próximo à ponte que liga os municípios de São Marcos e Campestre da Serra, via BR 116. Um desses moradores é o senhor Osmar Magrin, conhecido carinhosamente como “Marzinho”, um agricultor aposentado e pescador que conhece a região como ninguém.

Marzinho chegou a essa localidade em meados de 1979, juntamente com sua família, e logo testemunhou uma grande enchente que deixou uma marca profunda em sua memória. Ele relembra que outra enchente igual só ocorreu em 2020, com o nível da água atingindo a marca de 1 metro e 10 centímetros acima da enchente de 1979. Isso significava que mais de 40 anos haviam se passado desde a última vez que o rio se mostrou tão impiedoso.

No entanto, a história se repetiu recentemente, quando uma nova enchente ocorreu, ultrapassando os registros de 2020 em mais de 2 metros. Em entrevista, Marzinho expressou sua surpresa e preocupação, afirmando que nunca tinha visto uma enchente tão avassaladora em toda a sua vida. Em suas palavras, ele destacou: “A maior enchente que vi na vida.”

Para Marzinho, essas enchentes são um triste lembrete de como o ser humano está causando impactos devastadores na natureza. Ele argumenta que a degradação ambiental e as mudanças climáticas têm contribuído para a intensificação desses eventos naturais extremos. Em suas palavras, “o ser humano mesmo está acabando com a natureza”.

O idoso, que havia marcado o nível da água em 2020 em um dos pilares da ponte, agora se prepara para registrar os novos níveis atingidos pela enchente recente, como um testemunho visual das mudanças que estão ocorrendo na região.

Neste último fim de semana, a região acumulou aproximadamente 300 milímetros de chuva, atingindo o ápice das chuvas na segunda-feira, dia 4 de setembro. A ponte que liga São Marcos e Campestre da Serra permanece interditada devido a rachaduras, gerando preocupação entre os moradores de ambas as cidades.

As palavras de Marzinho servem como um alerta para a importância de cuidar do meio ambiente e tomar medidas para mitigar os impactos das mudanças climáticas.