Nunca se viveu tanto por tanto tempo. Estamos experimentando o que o médico e gerontólogo Alexandre Kalache chama de “Revolução da Longevidade”. Hoje, a expectativa média de vida no Brasil é de 75 anos.
Mas, para que se viva mais e melhor, alguns cuidados são fundamentais.

O primeiro deles é aprender a fazer as pazes consigo mesmo. É preciso saber se relacionar com quem você é — compreender-se, aceitar-se e cuidar de si. Afinal, só quem sabe se relacionar bem consigo pode se relacionar melhor com o outro.
Viver em sociedade exige trocas, e as interações são inevitáveis. Precisamos das pessoas. Ninguém quer ser aquela “nuvem negra” na cabeça dos outros — e nem conviver com uma, certo?

É praticamente impossível desenvolver uma carreira sólida e uma vida equilibrada sem interagir. E essas interações exigem habilidades comportamentais.
Se não soubermos gerir a nós mesmos, corremos o risco de nos tornarmos essa nuvem, que pesa e afeta os ambientes por onde passa.

Por isso, investir no autodesenvolvimento é essencial. Aprimorar habilidades emocionais e aprender a lidar com as pessoas de forma saudável, construtiva e produtiva é um passo fundamental para viver bem — em qualquer fase da vida.

Se temos, em média, 75 anos para viver, por que não nos prepararmos para viver bem esse tempo?
É como embarcar em uma longa viagem: quem aprende a ser e a conviver navega com mais leveza e sabedoria. Hoje, mais do que nunca, buscamos pessoas emocionalmente capacitadas — em casa, no trabalho, nas relações.

Envelhecer bem é um processo que começa muito antes da velhice.
Envelhecer bem passa por aquilo que fazemos todos os dias com as nossas vidas. Cada escolha impacta o presente e o futuro. É preciso olhar, a partir de agora, para como estamos escolhendo envelhecer e como estamos construindo a nossa velhice.
Todos os dias estamos semeando algo no campo da vida. O que você tem plantado? Porque, mais cedo ou mais tarde, a colheita virá.

Muitas pessoas, com o passar dos anos, abandonam sonhos e projetos por causa dos estereótipos sociais. Quantas vezes você já ouviu “você não tem mais idade para isso”?
Esse tipo de pensamento reforça o idadismo — o preconceito baseado na idade. Ele pode se manifestar tanto nos mais velhos em relação aos jovens, quanto nos jovens em relação aos mais velhos.

O idadismo exclui, isola e fere a autoestima, impactando diretamente a saúde mental. Quantos sonhos ficam pelo caminho por conta dessas ideias que limitam o potencial e o movimento de vida?

Na próxima vez que pensar em desistir de algo, pergunte-se:
Tenho condições físicas, biológicas e mentais para isso?
Se a resposta for sim — então ainda é tempo.

E quanto mais você investir em autodesenvolvimento, mais clareza vai ter sobre o que realmente faz sentido para a sua vida.

Você passa a compreender melhor suas emoções, a lidar de forma mais saudável com o que sente e a fazer escolhas mais conscientes. Aprende a dizer “não” quando for preciso e a dizer “sim” para o que está em sintonia com quem você é.
Quanto mais você se conhece, menos deixa que os outros escolham por você.
E isso é viver com autonomia — traçar o seu próprio caminho, e não apenas o caminho que esperam que você trilhe.

Saber se relacionar consigo mesmo e com os outros é o que sustenta uma vida equilibrada.
Viver bem é estar presente nas próprias escolhas, é não se perder de si no meio das expectativas alheias. É continuar curioso, aberto, aprendendo e se permitindo recomeçar — em qualquer fase da vida.
Porque o tempo passa, mas o modo como a gente decide viver continua sendo uma escolha diária.