Como parar de fumar com apoio disponível no SUS
Medidas auxiliam pessoas a se livrarem do vício do tabaco, incluindo a versão eletrônica, para melhora da qualidade de vida da população, controle de problemas crônicos e prevenção de doenças graves

Existem dois meios para se parar de fumar: um é a parada imediata, quando se escolhe uma data e a partir dali, o uso do cigarro é interrompido, o outro é a parada gradual, que acontece a partir da redução diária de números de cigarros.
O vício em cigarro traz sérias consequências para a saúde, desenvolvendo doenças crônicas que podem se agravar ao longo da vida. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 420 pessoas morrem por dia no Brasil devido ao tabagismo e à exposição passiva ao tabaco. Para evitar mais danos, o Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do Programa Nacional de Controle do Tabagismo, oferece apoio gratuito para tratamento e superação do vício.
A nicotina causa dependência e promove uma série de problemas que impactam na saúde de quem fuma, das pessoas que convivem com o fumante, além das que têm algum tipo de contato enquanto o cigarro está aceso, a partir da inalação da fumaça. Além de diversos tipos de câncer, como pulmão, estômago, laringe, a hipertensão arterial, asma, bronquite crônica, osteoporose, infecções respiratórias, úlceras, entre outras, estão na lista das mais de 50 doenças relacionadas ao tabagismo ativo e a exposição passiva à fumaça do tabaco.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), existem dois meios para se parar de fumar: um é a parada imediata, quando se escolhe uma data e a partir dali, o uso do cigarro é interrompido, o outro é a parada gradual, que acontece a partir da redução diária de números de cigarros.
"Contar com o apoio de programas do SUS facilita a abstinência ao tabaco e ao cigarro eletrônico, que criam vícios difíceis de serem superados e quanto maior a ajuda profissional, os resultados são mais efetivos, proporcionando uma qualidade de vida melhor não apenas para a pessoa, mas para os familiares e demais que convivem com ela”, explica Ricardo Heinzelmann, médico de família e comunidade, diretor de Exercício Profissional da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC).
Outro ponto importante quando se trata de cigarro é a economia quando se decide parar de fumar, isso não apenas para o indivíduo, mas para o sistema de saúde, já que para cada R$ 1 de lucro da indústria do tabaco, o Brasil gasta cinco vezes mais com doenças relacionadas ao fumo, segundo o estudo “A Conta que a Indústria do Tabaco Não Conta", do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Algumas dicas para parar de fumar são:
- Comece marcando um dia para dar início a essa nova jornada;
- Adote hábitos saudáveis que possam substituir o cigarro, como uma nova atividade física, caminhada ao ar livre, cozinhar para a família, entre outros. Ainda, tomar água, comer uma fruta, escovar os dentes, entre outras ações, quando a vontade de fumar bater, podem ajudar;
- Compartilhe essa meta com sua família e amigos para que possam oferecer apoio e suporte;
- Evite frequentar lugares que possam induzir ao fumo nas primeiras semanas;
- Elimine maços que possa ter em casa;
- Compartilhe a sua intenção e vontade de parar de fumar com o seu médico(a) de família e comunidade. Ele irá te apoiar neste processo.
Para quem deseja parar de fumar ou precisar urgentemente largar o vídeo por problemas de saúde, o SUS oferece programas que auxiliam e apoiam essas pessoas, por meio de tratamentos gratuitos.
“Temos muitos exemplos de pessoas que conseguem parar o uso do cigarro sozinhos, algumas não conseguem e não há problema nisso. Buscar apoio médico é uma solução e no próprio SUS, é possível contar com estratégias profissionais, inclusive com oferta gratuita de adesivos e medicamentos que auxiliam neste processo. Ter suporte adequado é o ideal, mais efetivo e o resultado acaba sendo mais duradouro. Em cada Estado e município, há uma política que envolve o tratamento e apoio. Um dos primeiros pontos de contato, pode ser a Unidade Básica de Saúde da sua região. E mesmo que lá não tenha programas próprios para esse tipo de tratamento, o encaminhamento poderá ser feito”, detalha Heinzelmann, que também é mestre em epidemiologia pela UFRGS e professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Sobre a Medicina de Família e Comunidade
A Medicina de Família e Comunidade é uma especialidade médica reconhecida no Brasil há mais de 40 anos. O especialista em medicina de família e comunidade é um clínico e comunicador habilidoso, pois utiliza a abordagem centrada na pessoa, sendo capaz de resolver pelo menos 90% dos problemas de saúde, sendo um coordenador do cuidado ao trabalhar em equipe e em rede, além de advogar em prol da saúde dos seus pacientes, famílias e da comunidade.