Como parar de deixar para depois o que precisa ser feito agora?
Psicóloga Ana Paula Fongaro reflete sobre a procrastinação e mostra como pequenas mudanças de atitude podem transformar sua rotina — confira o artigo completo e descubra como vencer o hábito de adiar.

A psicóloga Ana Paula Fongaro, sorridente, veste camisa branca com colete preto e posa em frente a um fundo claro.
Você costuma procrastinar, caro leitor?
É... deixar para depois o que precisa ser feito agora.
Vamos falar a verdade aqui entre nós: todo mundo tem uma promessa pendurada numa segunda-feira.
“Na segunda, eu começo.”
Quantas histórias a gente conta pra si mesmo só pra evitar o desconforto de agir?
Mais cinco minutos no celular, só mais um episódio da série. E o que era para ter sido feito hoje... ficou pra trás.
Junto com ele, vai ficando também a sua autoconfiança.
A busca por gratificações imediatas te distrai do que realmente importa.
Semana que vem. Mês que vem. Ano que vem.
Lá vem você de novo com suas promessas não cumpridas e desculpas requentadas.
Sabe quando você começa a negociar consigo mesmo?
“Só mais um pouquinho.”
“Hoje não dá.”
“Depois eu vejo isso.”
Pois é...
Quem entra em negociação interna já está meio inclinado a perder.
Você negocia pra permanecer no que é confortável.
Porque o novo assusta. É desconfortável. É diferente.
Mas enquanto você adia, a vida segue.
E aquilo que precisava ser feito só se acumula — até virar uma pilha tão grande de pendências que você se perde nela.
A melhor decisão é agir — mesmo sem vontade, mesmo sem condição ideal.
Esperar o momento perfeito é adiar indefinidamente.
Uma vida melhor não acontece por mágica.
Ela é resultado das escolhas que você faz — ou deixa de fazer.
Deixar para depois o que precisa ser feito agora tem um preço.
E esse preço, muitas vezes, é a vida que você gostaria de estar vivendo.
Progresso exige desconforto.
Fazer o que não quer para conseguir o que deseja.
A gente diz:
“Não quero estudar.”
“Não quero me exercitar.”
“Não quero correr riscos.”
Como se a vida fosse se tornar gratificante apenas fazendo o que dá vontade.
Mera fantasia.
A pergunta não é “o que você quer fazer?”, mas:
O que você está disposto a fazer?
O que você está disposto a abrir mão para viver o que deseja?
Ficam aqui duas perguntas para reflexão:
Por que você deveria fazer o que não quer?
Como você pensaria e se sentiria se estivesse mais disposto a fazer o que evita?
E uma sugestão final:
Não seja a pessoa que diz “isso é difícil pra mim”.
Seja a pessoa que diz: “eu faço as coisas difíceis.”
Falta de tempo, diz você.
Ou seria... falta de prioridade?
Pense nisso.
Ana Paula Fongaro – Psicóloga