Comitiva de São Marcos obtém anúncio de obras prioritárias junto ao DNIT
Vereadores e deputada Denise Pessôa conquistaram autorização de projetos para trecho em meia pista, perto da ponte, trevo de acesso a Bepo e melhorias na BR-116 em reunião com superintendência do órgão federal

Comitiva de São Marcos entrega documentos ao superintendente do DNIT: assessores e vereadores junto às autoridades do órgão
A BR-116 que corta São Marcos volta a ser palco de debates nas mesas redondas da política e das autarquias. Nos bastidores, a política local se movimenta — entre ofícios, reuniões e cobranças — para pressionar o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) a efetivar intervenções prometidas há anos. Em uma recente visita nesta terça (24) à superintendência, em Porto Alegre, vereadores e lideranças trouxeram documentos, relatos e expectativas reforçadas de que 2025 pode marcar uma virada.
Para a vereadora Neuza Pereira (PDT), ouvida pela reportagem, a luta não é recente. Desde maio deste ano, ela protocolou um Pedido de Providência nº 23/2025, solicitando a repintura urgente das faixas de pedestre na rotatória da BR-116, km 115, especialmente próximo ao Posto Mioto, local de intensa travessia de estudantes. Segundo ela, “a intensificação do tráfego de veículos e pedestres, com escolas próximas, tornou insustentável manter a sinalização apagada”.
Também consta como pauta formalizada a Indicação nº 36/2025, em que os vereadores requerem que o prefeito municipal, junto ao DNIT e à deputada Denise Pessôa, “celebrem termo de cooperação” para viabilizar a implantação de um retorno no km 113, que daria acesso à Rua José Michelon, em frente à empresa BEPO. A justificativa aponta que tal obra facilitaria o trânsito de veículos pesados e leves que operam diariamente nessa área industrial.
Em suas falas, Neuza reforça que não se trata de novidade:
“Essa reivindicação é antiga; muitos empresários já vinham apontando necessidade desse retorno há tempo, mas poucas iniciativas foram efetivamente encaminhadas.”
A vereadora detalha que o trecho da BR-116 em torno da BEPO sofre com gargalos, principalmente quando ônibus ou caminhões precisam manobrar ou acessar a via lateral, estreitando ainda mais o fluxo e gerando riscos.
A reunião com o DNIT: promessas, estudos e condicionantes técnicos
Neste dia 24 de setembro de 2025, com o mandato da deputada federal Denise Pessôa (PT/RS) à frente da articulação, uma comitiva composta pelos vereadores Neuza Pereira, Antônio Luiz Brochetto (ambos PDT), acompanhados do assessor parlamentar da deputada Denise, Miguel Dallalba, pelo representante do Partido dos Trabalhadores de São Marcos, José Airton Mullerr, se deslocou até a Superintendência do DNIT, em Porto Alegre, onde foram recebidos pelo pelo Superintendente Regional do DNIT Hiratan Pinheiro da Silva.
Lá, foi repassada aos técnicos a pauta local. Segundo o texto da assessoria, foi confirmada a contratação da finalização da cabeceira da ponte sobre o Rio das Antas, no limite com Campestre da Serra — com previsão de início da obra a partir de 15 de outubro. Também foi informado que há um projeto em desenvolvimento para edificarem um trevo na altura da BEPO.
Durante as tratativas, porém, surgiram alertas técnicos: o local proposto para uma passarela apresenta restrições de espaço para acomodar cabeceiras e rampas, devido ao relevo e proximidade de edificações. Como consequência, a instalação de retorno ou trevo foi apontada como alternativa mais viável. Ainda assim, os engenheiros do DNIT prometeram análise local aprofundada, com medições e sondagens topográficas.
Nos documentos protocolados, a Câmara Municipal sugere que o prefeito Volmir Nazareno Rech formalize cooperação com o DNIT e coloque à disposição recursos municipais para agilizar o avanço do “retorno no local epigrafado”.
Até onde vai o peso político?
A atuação política local emerge como peça-chave no tabuleiro. A deputada Denise Pessôa — primeira mulher da Serra gaúcha eleita para a Câmara Federal — tem se empenhado no encaminhamento da demanda junto à superintendência estadual do DNIT. Em 2023, ela já havia solicitado ao DNIT priorização para trechos críticos da BR-116 próximos a São Marcos, e anunciado apoio para obras na região da BEPO.
Por seu lado, os vereadores municipais buscam legitimar as reivindicações junto ao Executivo e ao Legislativo estadual, utilizando os instrumentos regimentais — indicações e pedidos de providência — para manter firme a pressão. Segundo Neuza, o apoio da deputada reforça o diálogo nos corredores técnicos e federais:
“Com a participação da deputada, nossa voz ganha maior alcance. Mas é preciso vigilância: protocolar não basta, queremos execução, fiscalização e prazo claro.”
Além disso, a presença de negociações de desapropriações para áreas onde o retorno ou trevo deverá ser construído aparece como obstáculo potencial, como mencionado na reunião com o DNIT.
Impacto na vida cotidiana dos moradores e empresas
Para a comunidade local, as demandas vão além de promessas: a falta de travessias seguras, sinalização apagada e pontos estreitos obrigam pedestres a cruzarem em locais de risco. Proprietários de empresas na área industrial relatam dificuldades constantes no fluxo de caminhões e veículos comerciais que servem essa zona.
Motoristas enfrentam lentidão crescente nos horários de pico, sobretudo em trechos onde a pista ainda opera em meia via ou está comprometida por erosões. O apoio à revitalização do trecho, alegam moradores, é condição básica de segurança e funcionalidade.
Se ocorrer conforme anunciado, outubro de 2025 pode marcar o pontapé inicial para a intervenção mais robusta. Mas, como aponta a vereadora Neuza, “quem vive nas margens da rodovia quer ver resultados, não apenas expectativas”. A política local tem papel central — não apenas como reivindicadora, mas também como guardiã do cumprimento — e será fundamental que essas articulações se transformem em obras concretas e visíveis.