Governo avalia retorno do horário de verão para 2024; decisão será anunciada hoje
Em setembro, o ONS divulgou nota técnica avaliando medida poderia trazer maior eficiência ao Sistema Interligado Nacional O Ministério de Minas e Energia (MME) deverá anunciar nesta segunda-feira, 16, a decisão sobre a volta do horário de verão, após a conclusão de um estudo adicional solicitado ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Em setembro, o ONS divulgou nota técnica avaliando medida poderia trazer maior eficiência ao Sistema Interligado Nacional
O Ministério de Minas e Energia (MME) deverá anunciar nesta segunda-feira, 16, a decisão sobre a volta do horário de verão, após a conclusão de um estudo adicional solicitado ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). De acordo com o ministro Alexandre Silveira, o retorno da medida, extinta em 2019, será avaliado como “estritamente necessário” para enfrentar os desafios energéticos dos próximos meses.
Pressão no consumo e impacto na rede elétrica
Em setembro, o ONS divulgou uma nota técnica sugerindo que o horário de verão pode melhorar a eficiência do Sistema Interligado Nacional (SIN), principalmente ao aliviar o consumo durante o horário de pico, entre 18h e 20h. A medida atrasaria em até duas horas o momento de maior demanda noturna, quando não há geração de energia solar. A estimativa é que o retorno poderia reduzir a demanda máxima em até 2,9% e gerar uma economia de R$ 400 milhões entre outubro e fevereiro.
Além disso, a adoção do horário de verão até 2028 pode evitar a ativação frequente de termoelétricas, com uma economia anual estimada em R$ 1,8 bilhão.
Condições críticas de fornecimento
As projeções do ONS indicam que as condições de abastecimento energético tendem a piorar nos próximos meses. A estiagem em curso já levou à adoção da bandeira tarifária vermelha 2, que impõe o maior sobrepreço nas contas de luz. A situação preocupa o governo federal, que busca alternativas para conter o impacto das tarifas.
Segundo o ONS, a quantidade de água que deve chegar às represas entre outubro deste ano e março de 2025 ficará abaixo da média histórica. No pior cenário, os reservatórios podem encerrar o período de chuvas com 23,4% menos energia armazenada em comparação a março de 2024.
Apesar da estiagem, o ONS e agentes do setor descartam o risco de racionamento de energia, como o ocorrido em 2021. Entretanto, o custo da eletricidade permanece elevado, pressionando consumidores e aumentando a necessidade de medidas emergenciais.
Decisão estratégica e econômica
A decisão sobre o horário de verão será anunciada após a análise da Câmara de Monitoramento do Sistema Elétrico. O grupo inclui representantes da Aneel, ANP, CCEE, EPE e MME.
Se aprovada, a medida ajudará na estabilidade da rede e reduzirá os custos operacionais. O governo avalia os dados com cautela, buscando equilíbrio entre segurança energética e controle de tarifas.
Caso confirmada hoje, a medida entrará em vigor nas próximas semanas, afetando a rotina dos brasileiros e o consumo de energia até fevereiro de 2025.