O transtorno global de desenvolvimento envolve características muito parecidas e semelhantes ao transtorno do espectro autista

Muitas pessoas ainda se perguntam o que é TGD, ou seja, Transtorno Global de Desenvolvimento, algumas crianças ainda recebem este diagnóstico como um diagnóstico médico. O que devemos observar em nossas escolas como profissionais educativos em relação ao TGD, um questionamento diário que frequentemente podemos nos fazer.

Ao observarmos uma criança que evita contato visual com o interlocutor; estereotipias, ecolalia (repetição de sons e falas emitidas por outras pessoas), imersão em um ‘mundo particular’, pouca ou nenhuma interação com outras crianças ou colegas de sala, seu desenvolvimento psicomotor está prejudicado e essas manifestações ocorrem nos primeiros 5 anos de vida, devemos acionar
nosso sensor de alerta e observa ainda mais ao fundo o que está acontecendo com essa criança.

O transtorno global de desenvolvimento envolve características muito parecidas e semelhantes ao transtorno do espectro autista, porém até 2013 no manual diagnóstico estatístico dos transtornos mentais o DSM que os médicos usam para basear seus diagnósticos, os sintomas característicos do transtorno global são atraso da fala, do desenvolvimento da comunicação, atraso motor, crianças que são muito descuidadas, que se machucam demais, o que atrasaram para atingir os marcadores do desenvolvimento motor fino e grosso, crianças que têm dificuldade na socialização, crianças que têm alguns interesses restritos, que tem dificuldade de aprender coisas novas para acompanhar a escola, são sintomas que hoje, depois do DSM5 desde 2013, são todos considerados como TEA, então, os antigos TGD, os antigos transtornos globais são hoje colocados e caracterizados como Autismo.

Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) caracteriza-se por um comprometimento grave e global em diversas áreas do desenvolvimento: habilidades de interação social recíproca, habilidades de comunicação ou presença de estereotipias de comportamento, interesses e atividades (ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA, 2002, p.98). Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) representam uma categoria na qual estão agrupados transtornos que têm em comum as funções do desenvolvimento afetadas (BRASIL, 2010).

Perante esse posicionamento é importante compreender que nem todos os estudantes diagnosticados com algum tipo de transtorno mental são estudantes da Educação Especial, área dos Transtornos Globais do Desenvolvimento. Às vezes, nos questionamos o que é melhor ou pior do que ter Autismo? Veja, usava-se muito esse termo famílias ou médicos que tinham dificuldade em assumir ou admitir o diagnóstico de autismo. Antigamente entendiam o autismo como uma patologia ou como sintomas muito graves e severo ainda entendiam que eram aquelas crianças que ficavam no canto da sala sem interagir com ninguém, fazendo movimentos repetitivos,
estereotipados, mas hoje ampliou-se muito o leque do diagnóstico. Ampliou-se muito a possibilidade de sintomas dentro do transtorno do espectro autista, então, quase não se utiliza mais o termo transtorno global do desenvolvimento. Muitas pessoas compreendem, que transtorno global significa ter um atraso geral isso não é melhor do que ter autismo?

O termo “Transtorno do Espectro do Autismo” passou a ser usado a partir de 2013, na nova versão do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais, publicação oficial da Associação Americana de Psiquiatria, 36 o DSM-5, quando foram fundidos quatro diagnósticos sob o código 299.00 para TEA: Autismo, Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação e Síndrome de Asperger. Na atual Classificação Internacional de Doenças, a CID-11, o autismo recebe o código a 6A02 (antigo F84, na CID-10),
atualizada em junho de 2018, também sob o nome de TEA.

Transtorno global significa que tem todo um desenvolvimento da criança em atraso, ou seja, nenhum atraso é bom, se a criança tem um atraso, representa que o cérebro dela caminha em direção a acumular atrasos e não se desenvolve como um cérebro padrão. Outros questionamentos diários são: tem tratamento? tem solução? Sim, terapia comportamental intensiva pelo menos 15 horas por semana, equipe multidisciplinar (fonoaudióloga, terapêutica
ocupacional, um bom médico na jogada) como a gente trata o autismo, então, basicamente é a mesma coisa.

SIMONE FABBRIS
Pedagoga e Pós Graduada em Educação Especial/Educação Inclusiva/Múltiplas
Deficiências pela Faceminas em Minas Gerais.

RENATA FALCÃO DOS SANTOS
Pedagoga e Pós Graduada em Neuro Aprendizagem pela Unopar de Caxias do Sul.