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Biblioterapia: Colégio Mutirão lança projeto “Farmácia Literária” na 15ª Feira do Livro

Mostra bienal de São Marcos aconteceu de 11 a 14 de abril no Centro de Evento João Fontana. O Colégio Mutirão esteve presente com o projeto inovador de incentivo a leitura A biblioterapia trata-se de um processo terapêutico que utiliza a leitura como remédio para a cura.

Atualizado em 16/04/2024 às 16:04, por Equipe SMO.

Biblioterapia: Colégio Mutirão lança projeto “Farmácia Literária” na 15ª Feira do Livro

Mostra bienal de São Marcos aconteceu de 11 a 14 de abril no Centro de Evento João Fontana. O Colégio Mutirão esteve presente com o projeto inovador de incentivo a leitura

A biblioterapia trata-se de um processo terapêutico que utiliza a leitura como remédio para a cura. Já é conhecida entre nós, se pensarmos nos livros de autoajuda que atualmente movimentam o mercado editorial, com soluções pontuais para determinados problemas dos seres humanos. Mas, o Colégio Mutirão, para a 15ª Feira do Livro, buscou trazer uma biblioterapia voltada para a leitura de livros da literatura ocidental, acreditando no poder da ficção para as mais diversas dores humanas. A literatura, nesse sentido, foi pensada como elixir para os males da existência, como a depressão, a ansiedade, o estresse, o medo, a insegurança, assim como um “lugar” para o autoconhecimento e autocuidado.

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Assim, nasceu um projeto grandioso, de autoria da professora de literatura, Francine Iris Tadiello, envolvendo toda a comunidade escolar: o “Farmácia Literária”. Ele teve como fundamento duas evidências muito claras ao Colégio Mutirão, dirigido pela professora Nicéia Borguetti Sbabo: a de que o volume de leitores vem diminuindo em decorrência das redes sociais; e de que a leitura literária é mais benéfica ao ser humano que a de livros de autoajuda. A literatura, sendo arte, de fato, transforma vidas, alterando os rumos que traçamos muitas vezes no “automático”, sem a devida reflexão e contemplação que a vida exige. A literatura acalma nosso tempo, gera conexão, desenvolve-nos intelectual e espiritualmente. Inclusive, comprovou-se cientificamente a eficácia de poemas para o tratamento de pessoas em estado de depressão, e já se viu, ao longo da história, uma quantidade imensa de pessoas que se tornaram grandes inventores porque, um dia, depararam-se com uma obra literária. É o caso de Santos Dumont, que, ainda criança, teve sua imaginação estimulada pelos livros de Júlio Verne.

Mas, para além da imaginação, o livro se conecta com o leitor por trazer personagens que vivem e se sentem como a gente. E essa conexão com esses seres ficcionais faz com que o leitor, seja de qualquer idade, olhe para si mesmo. O projeto contou a influência de uma obra homônima das autoras Ellla Berthoud e Susan Elderkin, que assinalam a importância terapêutica da ficção (2018, p. 9-10): “Na próxima vez em que você sentir necessidade de um estimulante – ou precisar de ajuda com algum enrosco emocional -, pegue um romance. […] Seja como for, os romances têm o poder de nos transportar para outra existência e nos fazer ver mundo por outra perspectiva. Quando se está entretido em um romance, incapaz de desviar os olhos da página, está-se vendo o que o personagem vê, tocando o que ele toca, aprendendo o que ele aprende.”

A realização do projeto contou com a participação de alunos desde os anos iniciais até o terceiro ano do Ensino Médio, tendo como primeiro passo a pesquisa de males, dores, afetos negativos e questões existenciais da vida humana. Assim, os estudantes conceituaram termos como ‘medo’, ‘angústia’, ‘bullying’, ‘ciúme’, ‘AVC’, ‘racismo’, ‘luto’, ‘imediatismo’, o que se tornou uma experiência de autoconhecimento, uma vez que descobriram e deram nome ao que sentiam. Após isso, a tarefa foi buscar obras da literatura ocidental que abordassem tais problemas através de seus personagens, para compor o vidro que levou o rótulo: “SEU MAL É INSEGURANÇA, ESTE É SEU REMÉDIO”.

Dentro de cada vidro, foram disponibilizadas, além das informações do autor e o nome do livro, citações da obra que viessem a dar um “empurrãozinho” nos visitantes do estande da Feira. A bula era clara e certeira, com letras maiores e cheias de carinho dos estudantes do Colégio. A atividade acabou adquirindo um caráter de intervenção urbana, considerando o envolvimento das pessoas em geral e o encontro possibilitado entre a arte literária e elas. Para quem estava enferrujado ou de ressaca literária, o projeto movimentou os visitantes para os estandes de livros, estimulando o consumo e a ressignificação da leitura.

Para a diretora Nicéia, foi uma maneira de sensibilizar o público que visitou e, também, de despertar o interesse pela leitura do livro indicado. A direção agradece a colaboração das famílias para a arrecadação do material necessário, os professores da escola e alunos que abraçaram o projeto, assim como a diretoria da Assemarcos, que não mede esforços para a viabilização das ideias do Colégio. Além disso, agradece à comunidade que emprestou móveis para a montagem do estande na Feira. Mais uma vez, conclui: “Juntos somos mais fortes.”