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Vacina contra bronquiolite passa a ser oferecida pelo SUS e reforça proteção a recém-nascidos em São Marcos

São Marcos já recebeu 51 das 190 doses previstas da nova vacina contra VSR, que agora protege gestantes e recém-nascidos pela primeira vez via SUS.

Atualizado em 15/12/2025 às 17:12, por Angelo Batecini.

Com expectativa de vacinar 80% das cerca de 190 gestantes do município, São Marcos amplia proteção dos bebês contra bronquiolite e pneumonias graves.

Com expectativa de vacinar 80% das cerca de 190 gestantes do município, São Marcos amplia proteção dos bebês contra bronquiolite e pneumonias graves. https://toymaistoy.com.br/ (reprodução).

Desde o último dia 9 de dezembro, a Secretaria Municipal de Saúde de São Marcos passou a disponibilizar gratuitamente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), principal causador da bronquiolite e de parte significativa das pneumonias em crianças pequenas. A medida representa um avanço importante na prevenção de doenças respiratórias graves e já começa a impactar positivamente o sistema de saúde local.

Até então, o imunizante estava disponível apenas na rede privada, com custo aproximado de R$ 1,5 mil por dose, o que limitava o acesso. Com a incorporação da vacina ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), o SUS passa a garantir proteção universal às gestantes, ampliando a cobertura e reduzindo desigualdades no cuidado materno-infantil.

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Proteção começa ainda na gestação

A vacinação é destinada exclusivamente às gestantes a partir da 28ª semana de gestação, aplicada em dose única a cada nova gravidez. A estratégia é baseada na imunização materna: os anticorpos produzidos pela mãe atravessam a placenta e protegem o bebê nos primeiros meses de vida, período de maior vulnerabilidade às infecções respiratórias.

Segundo a enfermeira Bruna Gonçalves, responsável pela Vigilância Epidemiológica de São Marcos, o VSR é reconhecido mundialmente como a principal causa de infecções do trato respiratório inferior em crianças menores de dois anos.
“Estima-se que o vírus seja responsável por cerca de 75% dos casos de bronquiolite viral aguda e 40% das pneumonias durante os períodos de sazonalidade, com impacto direto nas internações e na mortalidade infantil”, explica.

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Os lactentes com menos de seis meses de idade estão entre os mais suscetíveis às formas graves da doença, especialmente prematuros e crianças com cardiopatias congênitas ou doença pulmonar crônica. Além das internações, a infecção pode deixar sequelas de longo prazo, como sibilância recorrente e maior risco de asma ao longo da vida.

Sem tratamento específico, prevenção é essencial

Atualmente, não existe tratamento antiviral específico para o VSR em bebês. O manejo clínico é basicamente de suporte, com hidratação e oxigenoterapia, o que reforça a importância das estratégias preventivas.

“A vacinação de gestantes e o uso de anticorpos monoclonais são hoje as principais ferramentas disponíveis para reduzir o impacto do VSR, tanto para as famílias quanto para o SUS”, destaca Bruma.

Estudos com mais de 7,3 mil gestantes demonstraram eficácia de 81,8% na prevenção de doença respiratória grave em bebês até três meses de idade, e 69,4% até os seis meses, além de boa tolerabilidade e segurança.

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Situação em São Marcos: doses, acesso e meta de cobertura

De acordo com o Ministério da Saúde, a estimativa é de que cerca de 190 gestantes por ano estejam aptas a receber a vacina em São Marcos. A meta é alcançar pelo menos 80% de cobertura vacinal nesse público.

Até o dia 15 de dezembro, o município havia recebido 51 doses, o equivalente a 26% do total previsto. A distribuição inicial será gradual, conforme o calendário do Ministério da Saúde, e posteriormente a vacina passará a integrar o rol de imunizantes solicitados mensalmente pelo município à Secretaria Estadual da Saúde.

Todas as salas de vacina do município estão habilitadas para aplicar o imunizante, sem necessidade de agendamento, respeitando os horários de funcionamento de cada unidade. As equipes receberam treinamento específico da Vigilância Epidemiológica.

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Segurança, efeitos e orientações

A vacina pode ser aplicada juntamente com outras do calendário da gestante, como influenza, dTpa, hepatite B, dT e covid-19, sem necessidade de intervalo.

Os efeitos colaterais mais comuns são leves e temporários, como dor, vermelhidão ou inchaço no local da aplicação, além de fadiga, dor de cabeça e dores musculares, geralmente resolvidos em até três dias. Casos fora desse padrão devem ser avaliados por um profissional de saúde.

Entre as contraindicações estão alergia a componentes da vacina, quadro infeccioso moderado ou grave no momento da aplicação e gestação com menos de 28 semanas.

Para se vacinar, a gestante deve apresentar documento com foto, carteira da gestante e cartão de vacinação.

Impacto esperado para a saúde pública

Globalmente, o VSR é responsável por mais de 3,6 milhões de hospitalizações e cerca de 100 mil mortes anuais em crianças menores de cinco anos, com maior impacto em países de baixa e média renda.

Embora São Marcos não disponha, no momento, de dados específicos sobre internações por bronquiolite, a expectativa com a introdução da vacina é clara.
“Esperamos reduzir internações, atendimentos ambulatoriais e a necessidade de leitos de UTI pediátrica, que são escassos no SUS. É uma proteção que começa antes do nascimento e faz diferença por toda a infância”, afirma a enfermeira.

Informação e canais de contato

A Secretaria Municipal de Saúde realizou treinamentos com as equipes da Atenção Primária, informou os obstetras do município e o Conselho Municipal de Saúde, além de contar com o apoio da imprensa local na divulgação.

Gestantes que desejarem mais informações podem entrar em contato diretamente com a Vigilância Epidemiológica pelo WhatsApp (54) 99705-8273, pelo e-mail vigilancia.saomarcos@yahoo.com.br, ou procurar a sala de vacinas mais próxima.