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Trauma ocular é a principal causa de cegueira antes dos 50 anos

Oftalmologista alerta que diagnóstico rápido pode salvar a visão; homens são nove vezes mais afetados que mulheres e precisam redobrar os cuidados

Atualizado em 19/08/2025 às 08:08, por Liliane Cioato.

Trauma ocular é a principal causa de cegueira antes dos 50 anos

Crédito: Imagem de Drazen Zigic no Freepik

Um jogo de futebol com amigos, um estilhaço no trabalho, uma queda em casa. Situações corriqueiras como essas podem terminar em algo grave: o trauma ocular, lesão que pode ir desde uma batida leve até uma perfuração grave do olho. O problema é mais comum do que se imagina e, segundo o oftalmologista Dr. Pedro Antônio Nogueira Filho, chefe do Pronto-Socorro do H.Olhos, Hospital de Olhos, da Vision One, ele é hoje a principal causa de cegueira legal — termo usado quando a visão está tão comprometida que impede atividades básicas mesmo com óculos ou lentes — em pessoas com menos de 50 anos.

“O dado é alarmante porque afeta justamente indivíduos em idade produtiva, que dependem da visão para trabalhar e ter qualidade de vida. O impacto é grande não apenas para a pessoa, mas para a família e para a sociedade. Estudos indicam que homens têm nove vezes mais chances de sofrer esse tipo de lesão do que mulheres, principalmente por estarem mais expostos a atividades de risco no trabalho e no lazer”, alerta o oftalmologista do H.Olhos.

O trauma ocular pode se manifestar de formas diferentes. Há casos de trauma contuso (batida sem corte) e casos de perfuração, quando há abertura no globo ocular e, às vezes, até saída de conteúdo interno. “Os sinais de gravidade incluem perda súbita de visão, dor intensa e qualquer indício de perda de conteúdo do olho. Nessas situações, cada minuto conta. É fundamental proteger o olho afetado, sem comprimir, e procurar imediatamente um pronto-socorro oftalmológico”, explica o Dr. Pedro.

Um erro comum é tentar resolver o problema em casa. “A automedicação pode agravar a lesão e gerar danos irreversíveis. Usar colírios sem prescrição, por exemplo, é extremamente arriscado. Muitas vezes, o tempo perdido tentando cuidar sozinho é o que define se o paciente ficará com sequelas ou se conseguiremos preservar a visão”, alerta o médico.

No pronto-socorro, a primeira providência é um exame clínico detalhado feito por um oftalmologista. “Só após essa avaliação inicial é possível definir se serão necessários exames complementares e qual será o tratamento adequado. Em alguns casos, o manejo é clínico, mas em outros é preciso cirurgia de urgência”, afirma Nogueira. A cirurgia é indicada principalmente em perfurações ou quando há danos internos, como lesões no cristalino (a lente natural do olho), na retina ou hemorragias dentro do olho.

As consequências podem ser duras. “O trauma ocular é uma das principais causas de comprometimento visual no público economicamente ativo. Pode gerar desde limitações parciais até perda total da visão. Mesmo após o tratamento inicial, a reabilitação pode durar meses, exigindo acompanhamento constante com um especialista”, explica o Dr. Pedro.

A prevenção é o caminho mais seguro e, muitas vezes, o mais simples. “O uso de equipamentos de proteção individual, especialmente óculos de segurança, é a forma mais eficaz de evitar lesões oculares graves. Isso vale para ambientes de trabalho, prática de esportes e até tarefas domésticas que envolvem risco”, reforça o oftalmologista.

Dados internacionais reforçam a importância da atenção imediata. Um estudo de 2008 apontou que o trauma ocular representa cerca de 3% de todas as visitas a departamentos de emergência nos Estados Unidos. “A avaliação e o exame rápidos após o acidente são cruciais para evitar mais danos e preservar a capacidade visual. É essa combinação de conhecimento técnico e agilidade que salva a visão do paciente”, finaliza o Dr. Pedro Antônio Nogueira Filho, chefe do Pronto-Socorro do H.Olhos, Hospital de Olhos, da Vision One.