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Nascimento de bebê em ambulância confirma desafios obstétricos em São Marcos

Maitê Fresqui, filha de Cleiton e Jucerlei, nasceu a caminho de Farroupilha na última sexta-feira (23). Além dos contratempos enfrentados e a distância percorrida, pais enfrentam complicações burocráticas para registrar a filha, devido a falta de atestado de nascimento, que deve ser fornecido pelo hospital.

Atualizado em 29/02/2024 às 10:02, por Equipe SMO.

Nascimento de bebê em ambulância confirma desafios obstétricos em São Marcos

Maitê Fresqui, filha de Cleiton e Jucerlei, nasceu a caminho de Farroupilha na última sexta-feira (23). Além dos contratempos enfrentados e a distância percorrida, pais enfrentam complicações burocráticas para registrar a filha, devido a falta de atestado de nascimento, que deve ser fornecido pelo hospital. De abril de 2023 a fevereiro de 2024 foram 52 nascimentos em Farroupilha, sendo 2 em trânsito.

Há quase um ano São Marcos enfrenta uma problemática obstétrica que tem marcado a jornada de mães prestes a dar à luz pelo Sistema Único de Saúde. O recente nascimento de Maitê Fresqui, ocorrido em uma ambulância a caminho de Farroupilha, na última sexta-feira, 23 de fevereiro, ecoa a realidade de outra família que teve um parto similar há quase um ano. Esses eventos ilustram a complexidade da situação obstétrica local, com nuances discutidas pela Secretária Municipal de Saúde, Maristela Lunedo.

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A história começou quando os pais Cleiton Fresqui; 39 anos e Jucerlei Rodrigues; 38 anos, em uma noite aparentemente comum, buscaram auxílio na Secretaria de Saúde de São Marcos. O que inicialmente seria uma visita de rotina transformou-se em uma jornada imprevista quando a bolsa de Jucerlei se rompeu. Encaminhados para Farroupilha, onde as gestantes do SUS de São Marcos tem seus bebês, o casal seguiu em uma ambulância básica, porém, chegando em Caxias do Sul as contrações da mãe aumentaram e a enfermeira que acompanhava o casal acionou o SAMU. A pequena Maitê veio ao mundo às 23h35, do dia 23 de fevereiro de 2024, pelas mãos dos socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU, próximo da empresa Marcopolo.

“Quando encontramos o SAMU de Caxias, o enfermeiro disse, não, não, vai ter que ser na ambulância mesmo, porque não vai dar tempo de chegar em hospital nenhum. Ele fez o parto e levou a gente até no Pompéia.”, destaca o pai.

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Cleiton compartilhou a complexidade da situação, enfatizando a necessidade de viajar até Farroupilha, mesmo com um hospital completo em São Marcos. Ele destacou as complicações burocráticas enfrentadas para registrar a filha, nascida em trânsito, e expressou sua gratidão à enfermeira do SAMU de Caxias do Sul pela presteza em uma situação tão delicada.

“É tão complexo esse tipo de coisa, né? A gente está com um baita hospital em São Marcos, com todos os recursos, e tem que carregar uma pessoa ganhando um nenê até Farroupilha. Se dá uma complicação na estrada, o que acontece? Que tipo de pessoa queremos encontrar quando chegarmos lá com alguma coisa meio complicada na história?”, desabafa o pai.

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Cleiton também compartilhou as dificuldades burocráticas enfrentadas pela família para registrar o nascimento de Maitê, destacando as barreiras encontradas para obter o documento necessário, inclusive mencionando a falta de cooperação de algumas instituições.

Devido ao fato de Maitê ter nascido em trânsito, dentro de uma ambulância, nenhuma das instituições fornece o atestado de nascimento, que deve ser assinado pelo médico que faz o parto.

“Eu não consigo registrar ela agora porque o SAMU não me dá um papel, porque ela nasceu em trânsito, eu preciso de um papel da Secretaria da Saúde de Caxias do Sul, só que o cartório não me deu, o Pompeia não me deu, ninguém me dá esse papel. E eu estou enrolado com isso!”, lamenta Cleiton.

Em uma entrevista detalhada, a Secretária Municipal de Saúde, Maristela Lunedo, abordou vários aspectos da situação obstétrica em São Marcos. Ela explicou que as ambulâncias locais são equipadas com itens básicos, incluindo oxigênio e um kit de parto, além de contar com equipes qualificadas para lidar com emergências obstétricas.

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Maristela também respondeu sobre o registro de nascimentos, afirmando que o médico que fez o parto (recebeu a criança no hospital) deveria preencher a declaração de nascido. Ela prometeu investigar por que isso não aconteceu e expressou sua preocupação para evitar que tal situação se repita.

Conforme a secretária de saúde, de abril de 2023 até agora foram registrados 52 nascimentos de são-marquenses no hospital de Farroupilha. Sendo que em apenas dois casos foram em trânsito. Maristela destaca ainda a importância das gestantes realizarem o acompanhamento de pré natal e as consultas obstétricas a fim de que se houver algum problema com a criança ou com a mãe possa ser diagnosticado a tempo e não haja intercorrências em viagem. “Houve casos de a gestante já sair de São Marcos com a Cesária agendada pois o médico tinha conhecimento de problemas de saúde”, complementa a secretária.

A história de Maitê e seus pais, Cleiton e Jucerlei, transcende os desafios burocráticos e destaca a necessidade de uma abordagem mais integrada aos cuidados obstétricos em São Marcos. A Secretária Maristela Lunedo, em suas reflexões, demonstrou compromisso em aprimorar o atendimento e proporcionar assistência de qualidade em todos os momentos, independentemente do local de nascimento.