Após mais de uma semana sem energia elétrica, moradores estão tendo que descartar, além de alimentos, medicamentos que necessitam de refrigeração

Há mais de uma semana, os moradores do Santo Antônio dos Polidoros, interior de São Marcos, vivenciam uma situação desafiadora que vai além do básico: a falta de energia elétrica. O cenário torna-se ainda mais complicado devido às consequências diretas desse problema, afetando não apenas o conforto, mas também a saúde e o bem-estar dos residentes.

A comunidade foi praticamente “ilhada” devido a quedas de barreiras na estrada na quarta-feira (1), mantendo-os isolados por pelo menos quatro dias, até que a via pudesse ser desobstruída. Além disso, enfrentam a escassez de energia elétrica, o que acarreta em uma série de complicações.

Perdas de mantimentos e dificuldades no abastecimento de água são apenas algumas das adversidades enfrentadas pelos moradores. No entanto, o maior temor reside na saúde dos mais vulneráveis, como idosos e crianças. A falta de energia compromete a refrigeração de medicamentos essenciais, como a insulina, necessária para o tratamento de diabetes.

De acordo com a filha de uma das moradoras, a mãe tem 70 anos e sofre de pressão alta e diabetes, exigindo aplicação diária de insulina pelo menos 2 vezes. O medicamento exige refrigeração e a família já precisou descartar algumas doses devido a falta de energia elétrica.

“A gente precisou comprar novas doses e para poder manter ela (insulina) refrigerada, o meu irmão tem um gerador que ele comprou, pelo menos para poder manter o freezer, ele leva lá na casa dele”, descreve a filha da moradora.

Relatos angustiantes revelam a situação crítica de famílias que tiveram que descartar doses de insulina devido à impossibilidade de refrigeração, expondo os pacientes a riscos significativos. Em um esforço para contornar essa situação, algumas famílias recorreram à compra de geradores para garantir a conservação dos medicamentos em temperatura adequada.

O prefeito Evandro Kuwer destacou que a administração municipal já entrou em contato com a RGE, empresa responsável pelo fornecimento de energia elétrica, buscando agilizar a resolução do problema na localidade. No entanto, a restauração do serviço depende de manobras técnicas que envolvem a intervenção do lado pertencente a Flores da Cunha.

Enquanto isso, os moradores do Santo Antônio dos Polidoros continuam enfrentando desafios diários, demonstrando resiliência em meio a uma situação adversa que testa sua capacidade de superação. A espera pela normalização do fornecimento de energia elétrica é acompanhada de ansiedade e apreensão, enquanto a comunidade luta para manter a dignidade e a saúde de seus membros.