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Julho Amarelo: especialistas destacam a importância do tratamento e prevenção das hepatites virais 

Infectologista e nutricionista ainda apresentam dicas para pacientes obterem uma melhor qualidade de vida  Ao longo deste mês, em que é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra Hepatites Virais (27/07), o Ministério da Saúde promove a campanha Julho Amarelo.

Atualizado em 10/07/2024 às 14:07, por Equipe SMO.

Julho Amarelo: especialistas destacam a importância do tratamento e prevenção das hepatites virais 

Infectologista e nutricionista ainda apresentam dicas para pacientes obterem uma melhor qualidade de vida 

Ao longo deste mês, em que é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra Hepatites Virais (27/07), o Ministério da Saúde promove a campanha Julho Amarelo. Esta iniciativa visa conscientizar a população sobre a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento das hepatites virais.

Através da campanha, são realizadas diversas atividades em todo o país, como palestras, distribuição de materiais informativos, testes rápidos e vacinação. Durante o Julho Amarelo o objetivo é informar a população sobre os riscos das hepatites virais e incentivar a detecção precoce e o tratamento adequado.

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De acordo com Sílvia Fonseca, médica pediatra, infectologista, epidemiologista e docente do IDOMED, as hepatites virais são inflamações no fígado causadas por diferentes tipos de vírus. Os tipos mais comuns que afetam a população brasileira são as hepatites A, B, C, D e E, sendo as hepatites A, B e C as mais prevalentes no Brasil.

Julho Amarelo: prevenção das hepatites virais varia conforme o tipo

Para a hepatite A, a prevenção inclui melhorias nas condições de saneamento básico e higiene pessoal, além da vacinação. A hepatite B pode ser evitada através da vacinação, uso de preservativos, não compartilhamento de seringas e agulhas, e cuidados ao realizar procedimentos como tatuagens e piercings. Já a hepatite C, para a qual não há vacina, é prevenível principalmente evitando o compartilhamento de materiais cortantes e perfurantes, e garantindo a segurança em transfusões de sangue e hemoderivados.

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As hepatites A e E são transmitidas principalmente pela ingestão de água ou alimentos contaminados. As hepatites B, C e D são transmitidas pelo contato com sangue contaminado, relações sexuais desprotegidas e de mãe para filho durante o parto.

“Os sintomas das hepatites virais podem variar de leves a graves e incluem cansaço, febre, mal-estar, dor abdominal, náuseas, vômitos, urina escura, fezes claras e icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos). Porém, podem ocorrer casos assintomáticos, especialmente nos estágios iniciais, o que torna a detecção precoce ainda mais desafiadora”, comenta Sílvia Fonseca.

Detecção precoce é de fundamental importância para evitar complicações graves

A detecção precoce é de fundamental importância para evitar complicações graves, como cirrose e câncer de fígado. “O diagnóstico precoce permite iniciar o tratamento adequado mais rapidamente, o que pode melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes e reduzir a transmissão do vírus”, ressalta Dra. Sílvia.

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O diagnóstico das hepatites virais é feito por meio de exames de sangue que detectam a presença dos vírus ou dos anticorpos produzidos pelo organismo em resposta à infecção. Os testes rápidos, oferecidos durante a campanha Julho Amarelo, são uma ferramenta eficaz para a detecção precoce.

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O tratamento das hepatites virais varia conforme o tipo. As hepatites A e E geralmente não requerem tratamento específico (exceto em casos graves), apenas medidas de suporte, como repouso e hidratação. A hepatite B pode ser tratada com antivirais para reduzir a carga viral e prevenir complicações, enquanto a hepatite C é tratada com antivirais de ação direta, que têm alta taxa de cura. A hepatite D tem o tratamento focado na hepatite B, podendo incluir interferon. “Para uma melhor qualidade de vida, os pacientes devem seguir as orientações médicas, evitar o consumo de álcool, manter uma alimentação saudável, praticar atividades físicas regularmente e realizar exames de acompanhamento para monitorar a saúde do fígado”, orienta a especialista.

Alimentação balanceada auxilia na qualidade de vida dos pacientes 

Segundo Juliana Gonçalves, nutricionista e professora do curso de Nutrição da Estácio, os sintomas das hepatites virais podem piorar o estado nutricional do paciente, causando desnutrição, entre outros problemas. Portanto, após o diagnóstico da doença, é necessário acompanhar e avaliar o paciente para definir uma conduta nutricional conforme sua aceitabilidade.

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De maneira geral, a especialista enfatiza que a alimentação saudável deve ser priorizada na prevenção e tratamento de qualquer tipo de patologia. Especificamente em relação às hepatites virais, Juliana recomenda fazer de cinco a seis refeições ao longo do dia, incluindo alimentos mais saudáveis, proteínas magras, frutas, verduras e legumes. Ela sugere priorizar alimentos integrais, ricos em antioxidantes e outros nutrientes que favoreçam a recuperação da saúde hepática. Entre os itens recomendados para consumo, a nutricionista destaca:

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  • Frutas: maçã, abacaxi, mamão, laranja e morango; 
  • Legumes e verduras: alface e brócolis, por exemplo;  
  • Proteínas magras: peixes e frango; 
  • Cereais integrais: arroz e macarrão; 
  • Leguminosas: feijão e grão de bico; 
  • Gorduras saudáveis: azeite e óleo de abacate; 
  • Laticínios com pouca gordura: leite e iogurte desnatado; 
  • Tubérculos: batata, aipim e batata-doce; 
  • Temperos mais naturais: orégano, coentro, salsa e hortelã; 
  • Bebidas vegetais: leite de aveia ou leite de arroz. 

Importância de manter hábitos e estilo de vida saudáveis

Já entre os alimentos que não devem ser consumidos (ou devem ser evitados), principalmente durante a hepatite relacionada à produção de gorduras e ácidos biliares, estão:

  • Carnes gordas como carne vermelha e bacon.
  • Laticínios com muita gordura como manteiga, margarina e leite integral.
  • Embutidos como linguiça, salsicha e salames.
  • Alimentos industrializados em geral, assim como fast-foods.
  • Alimentos muito ricos em açúcares, como chocolates e refrigerantes.
  • Temperos e molhos industrializados e prontos como ketchup.
  • Principalmente, o consumo de bebidas alcoólicas.

“Realmente, o ideal seria o paciente não consumir bebida alcoólica”, ressalta a nutricionista.

Segundo Juliana, a chamada “Dieta Mediterrânea” surgiu na década de 90 como um padrão alimentar rico em alimentos saudáveis. Essa dieta seria uma boa opção para pacientes com hepatites virais, pois reduz o consumo de gorduras e açúcares, tem ação antioxidante e é rica em frutas e verduras, beneficiando a saúde hepática.

“No mais, o paciente deve manter hábitos e estilo de vida saudáveis. A ingestão de água é extremamente importante. Deve-se também avaliar possíveis deficiências nutricionais que o paciente possa ter. Um ponto crucial é o controle do ferro, nutriente que pode acumular-se em excesso no corpo de pacientes com doenças hepáticas. Portanto, é essencial buscar o equilíbrio, consultando um nutricionista para avaliar e normalizar os níveis de ferro do paciente”, explica a especialista.

Alimentação também pode auxiliar na prevenção contra as hepatites

Além dos cuidados durante o tratamento, a alimentação também pode auxiliar na prevenção contra as hepatites. Consumir alimentos bem cozidos e higienizados é fundamental para evitar não só o vírus da hepatite, mas também outras patologias transmitidas por alimentos.

A nutricionista destaca: “Hoje, sabemos que, apesar da existência da vacina contra o vírus da hepatite, a melhor forma de evitá-la é sempre através do saneamento básico, tratamento adequado da água e higienização dos alimentos.”

Juliana explica que a higienização dos alimentos pode ser feita utilizando gotas de água sanitária (especialmente as indicadas para uso alimentar), vinagre, bicarbonato de sódio e hipoclorito de sódio. Esse processo deve ser realizado em todos os alimentos crus, frutas, verduras e legumes, sempre com água adequada e correta higienização das mãos.

“É importante dissolver os produtos para a higienização dos alimentos, mas é essencial controlar bem a quantidade utilizada”, alerta a especialista.