Em sessão ordinária realizada na segunda-feira, 4 de agosto, a Câmara de Vereadores de São Marcos aprovou por unanimidade o Projeto de Lei do Legislativo nº 8/2025, que passa a denominar como “Estrada Giuseppe Rizzon 500” o trecho rural que conecta São Marcos ao município vizinho de Flores da Cunha, da Rua Wolmar João Ruaro até a Ponte Getúlio Vargas, sobre o Rio São Marcos.

A proposta, elaborada pelos parlamentares da XV Legislatura, presta homenagem a Giuseppe Rizzon, o Bépi Capataz, um dos grandes responsáveis pela abertura de estradas e realização de obras públicas essenciais à formação da malha viária da região serrana.

O trecho que receberá a nova denominação atualmente está sendo pavimentado com asfalto, o que deve aumentar o fluxo de veículos entre os dois municípios. A mudança de nome também consolida o reconhecimento ao papel dos imigrantes italianos no desenvolvimento de São Marcos, inserindo-se no contexto das celebrações pelos 150 anos da imigração italiana no Rio Grande do Sul, comemorados neste ano de 2025.

Homenagem à contribuição histórica

Natural de Cismon Del Grappa, província de Vicenza, na Itália, Giuseppe Rizzon nasceu em 1882 e emigrou para o Brasil ainda criança, com a família. Casado com Thereza Bombana e depois com Ermenegilda Bombana, viveu na comunidade de Santo Henrique e teve papel crucial em obras públicas tanto em São Marcos quanto em municípios como Caxias do Sul e São Francisco de Paula.

Seu trabalho começou em 1907, com destaque para a supervisão e coordenação da abertura das principais estradas que hoje conectam a sede de São Marcos às comunidades do interior e a cidades vizinhas. Entre elas: São Marcos - Vacaria, São Marcos - Nova Trento, São Marcos - Criúva, e a própria via que agora leva seu nome.

Bépi Capataz também liderou a abertura e nivelamento de ruas centrais de São Marcos, participou da construção da antiga Praça Brasil (hoje Praça Dante Marcucci), da ponte sobre o Rio Ranchinho e da passagem da BR-116 no território municipal. Atuou ainda como inspetor geral, sempre mediando e resolvendo conflitos nas obras e entre os moradores das comunidades.

Participação comunitária e mudança de nomenclatura

A tramitação do projeto incluiu a Audiência Pública nº 7/2025, realizada no dia 10 de julho, nas dependências da Câmara, com participação de moradores da região afetada e comunidades próximas, que puderam opinar sobre a proposta.

Com a aprovação do projeto e futura sanção, três vias que atualmente compõem o trecho – Estrada Santo Henrique 500, Estrada Santo Antônio Zamoner 500 e Estrada Santo Antônio Polidoros 500 – passarão a ter uma única denominação: Estrada Giuseppe Rizzon 500. As estradas vicinais, que se ramificam ao longo da rota principal, manterão suas respectivas denominações conforme a comunidade local.

Ponte Getúlio Vargas pode ser duplicada

Paralelamente à aprovação do projeto de lei, tramita na Câmara a Indicação nº 43/2025, de autoria dos vereadores Antonio Luiz Brochetto e Neuza Pereira, que solicita ao Executivo municipal a celebração de um termo de cooperação com o município de Flores da Cunha para duplicar a Ponte Getúlio Vargas – estrutura que conecta os dois municípios e será o ponto final da via batizada com o nome de Giuseppe Rizzon.

A justificativa é clara: com o asfaltamento da estrada em São Marcos e o interesse manifestado pela prefeitura de Flores da Cunha em pavimentar o trecho até a RS-122, a expectativa é de crescimento no fluxo de veículos. Por isso, a duplicação da ponte se torna necessária para garantir segurança e mobilidade.

A proposta lembra ainda outras ações semelhantes, como a ponte João Miotto, construída em parceria com Caxias do Sul e que liga São Marcos ao distrito de Vila Seca pela Rota do Sol, e a duplicação da ponte sobre o Rio Ranchinho, que conecta São Marcos ao distrito de Criúva.

Com a aprovação do projeto, São Marcos reafirma seu compromisso com a preservação da memória e a valorização das raízes da comunidade. A homenagem a Bépi Capataz é mais do que simbólica: é um gesto de reconhecimento a todos os que, com trabalho braçal e dedicação, ajudaram a construir os caminhos que unem e desenvolvem a Serra Gaúcha.