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Após ser mandado duas vezes para casa com diagnóstico de gripe, bebê de 36 dias é internado em UTI com bronquiolite

Jovem pai suspeita de negligência após três atendimentos resultando em diagnóstico tardio de bronquiolite em bebê de 36 dias, que precisou ser reanimado e permanecer em UTI em estado grave. "Todos os protocolos foram cumpridos", afirma representante da Saúde de São Marcos

Atualizado em 15/07/2025 às 15:07, por Liliane Cioato.

Após ser mandado duas vezes para casa com diagnóstico de gripe, bebê de 36 dias é internado em UTI com bronquiolite

Bebê de 36 dias internado em leito hospitalar, coberto por manta amarela, após agravamento do quadro de bronquiolite. Foto: divulgação

Pai procurou o São Marcos Online para expor uma denúncia de possível negligência médica envolvendo o atendimento de um bebê de apenas 36 dias. O pai da criança, um jovem de 19 anos, relata que ele e a esposa, de 17, buscaram atendimento na Secretaria Municipal de Saúde por três vezes na última semana, sendo a primeira delas na tarde de quarta-feira, 9 de julho.

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Segundo o relato, o bebê apresentava sinais preocupantes como secreção nasal intensa e dificuldade para respirar. Na primeira consulta, a família foi atendida por um pediatra e liberada com a orientação de que se tratava apenas de uma gripe comum. Porém, o quadro de saúde da criança piorou, e os pais retornaram na sexta-feira (11), sendo atendidos por outro médico, que repetiu a conduta: sem encaminhamento para o hospital, exames ou suporte como oxigênio, a criança foi novamente liberada para casa.

“Todas as vezes falavam que era só gripe, não mandavam para o hospital, não pediam exames, não davam oxigênio, só mandavam pra casa. E meu filho só piorando”, relata o pai, visivelmente indignado.

O quadro se agravou ainda mais no início desta semana. Nesta segunda-feira (14), os pais voltaram à unidade de saúde após a criança apresentar sinais de agravamento severo. “Ele chegou lá tendo uma parada cardíaca. Aí se agilizaram e, por segundos, conseguiram reanimar ele”, contou o pai. Segundo ele, apenas neste momento foi providenciado o encaminhamento imediato ao hospital.

O bebê foi transferido para o Hospital São João Bosco e, diante da gravidade do caso, foi removido de ambulância ao Hospital Geral de Caxias do Sul, onde permanece internado na UTI, respirando por aparelhos e com uso de sonda, com diagnóstico de bronquiolite — uma infecção respiratória que pode ter complicações graves em recém-nascidos. Além disso, conforme avaliação médica feita esta manhã, o bebê está com infecção no sangue, pulmões comprometidos e uma alteração no fígado.

“Graças ao médico do hospital, que agiu rápido e fez de tudo pra estabilizar ele. Foi uma baita negligência o que fizeram na Secretaria. Meu filho está lutando pela vida e tudo isso poderia ter sido evitado”, desabafa o pai.

A criança nasceu saudável no Hospital São João Bosco, em São Marcos. A família mora no município; o pai é mecânico e a mãe dedica-se integralmente aos cuidados do bebê.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de São Marcos, e obteve a reposta da secretária adjunta.

Secretaria de Saúde esclarece protocolos

Por sua vez, a secretária adjunta de Saúde, Marines Becker de Araújo, defende que os protocolos foram respeitados: “Paciente trazido pela mãe, na última semana por duas vezes (dia 09 e 11/07) com queixa de sintomas gripais. Avaliada por dois médicos em momentos diferentes, sem sinais de agravo, liberado com prescrição e orientações.”

Segundo ela, na visita do dia 14, a equipe de enfermagem identificou a parada cardiorrespiratória (PCR) apenas no acolhimento, após provável aspiração (engasgo) que “teria ocorrido há poucos minutos”: “A equipe médica e de Enfermagem agiu prontamente, reanimando o paciente e revertendo o quadro e encaminhado com agilidade e brevidade para o hospital. É a conduta médica que define todos os procedimentos e os encaminhamentos, foram seguidos os protocolos durante os atendimentos realizados”, apontou a secretária adjunta.